A morte do cozinheiro é um livro difícil de digerir, por assim dizer. O que é irônico, sendo que a “vítima” (entre aspas mesmo, porque não sabemos exatamente até que ponto ele é) é um cozinheiro. De qualquer forma, o livro te deixa marcas. Não é um thriller, já que já sabemos quem matou quem. Não é um simples drama de um cara com o coração quebrado. É mais que isso. É um samba de sentimentos, felicidade, tristeza, saudosismo, ódio, todos juntos que levam o protagonista a cometer o crime.
Eu li o livro rápido, primeiro porque ele é bem curto e segundo porque, apesar de ser um livro que entra na categoria dos “fortes”, não é difícil de seguir a leitura. O que é ótimo, conseguir ser duas coisas assim não é fácil. A narrativa, pela visão de Luiz, é extremamente sentimental. Mas não num sentido igual ao que dizemos ao lermos um livro comum de young adult (porque isso também não é um YA, mas seguindo em frente). Num sentido em que todo e qualquer sentimento que Luiz sente, ele passa para nós através da narrativa sombria. Essa narrativa também não é a que nós vemos normalmente; é um pouco “poética”, ou algo assim; isso se encaixa bem com a história, com o jeito do personagem.
Esse protagonista, por sinal, é um daqueles que é inseguro, descontrolado, fraco até. Se querem saber, me lembrou um pouco o Bentinho, de Dom Casmurro (nunca li o livro, mas já vi alguns resumos e tal, então conheço até que bem a história), cheio de dúvidas e ciúmes. E acabamos ficando com dúvidas também: será que o cozinheiro, atual namorado da sua ex, é mesmo inocente? Ou será que o crime, o assassinato, teve como objetivo apenas proteger sua amada? É a grande pergunta do livro.
Eu gostei do livro, apesar de não ser o meu estilo preferencial (ok, isso soou estranho). Ele é diferente das leituras que faço normalmente, tem um quê que eu não tinha lido ainda. Eu já tinha outro livro do Allan, Um peixe de calça jeans & outras histórias, mas são livros completamente diferentes, com temáticas praticamente opostas. Então, quando comecei esse livro, na verdade eu não sabia exatamente sobre o que se tratava (a sinopse só nos mostra um pouco do livro, o que foi uma boa sacada).
Finalizando, eu recomendo o livro, mesmo que seja só para você ter uma experiência diferente da que está acostumado(a) na literatura. E escreva aí o que eu digo: os autores nacionais estão abrindo cada vez o campo de escrita e são promessas! Parabéns a Allan Pitz e todos os outros pela coragem e por nos dar a chance de conhecer seus livros!
(Três estrelas 8,0)
Editora: Above
Ano: 2010 (Brasil)
Páginas: 80 (Brasil)
Nome original: -
Coleção: -
Coleção: -
Eu tinha uma certa vontade de ler esse livro, mas com tantos lançamentos que surgiram, acabei esquecendo desse. Bem, você fez surgir novamente esse desejo. Espero aproveitar essas férias e ler (finalmente) esse livro.
ResponderExcluirBjs,