Eu já tinha lido um livro da Jenny, O verão que mudou a minha vida (resenha), mas, como não tinha gostado muito, não guardei muitas expectativas para Shug.

E não é que o livro me surpreendeu pela sua fofura e simplicidade? Sim, o livro conta o dia-a-dia de uma menina normal, mas ao mesmo tempo, quando a conhecemos melhor, vemos que nada é tão simples ou normal assim. Além dela, os outros personagens que vão soltando suas camadas e, com isso, certas impressões que tínhamos viram apenas isso: impressões, sem significado.

“Some girls are pretty, and it’s like they were destined for it. They were meant to be pretty, and as for the rest of us, well, we get to exist on the outer edges of life. It’s like mouths. They’re the same as butterflies, aren’t they? They’re just gray. They can’t help being gray, they just are. But butterflies, they’re a million diferente colors, yellow and emerald and cerulean blue. They’re pretty. Who’d dare kill a butterfly? I don’t know of a single soul who’d lift a finger against a butterfly. But most anybody would swat at a moth like it was nothing, and all because it isn’t pretty. Doesn’t seem fair, not at all.” (pág. 12)

Shug é uma menina de doze anos, alta para a idade, com várias sardas, sem peito, bem longe do que ela gostaria de ser e do que crê que os meninos gostam. Ao contrário dela, temos sua irmã mais velha, Celia, que está prestes a ir para a faculdade, e sua mãe, que, segundo a própria Shug, possuem uma elegância e beleza natural que ela simplesmente não tem. Também há o pai de Shug, um executivo que quase nunca está em casa, por isso nem vê direito as filhas crescerem, deixando a tarefa com a mãe de Shug, que tem uma tendência a apelar para o álcool.

“There is just something disarming about good-looking people. They make you feel all fluttery and nervous, and you hardly know where to look.” (pág. 34)

E olha, é impossível não acabar gostando, mesmo que um tiquinho só, de Shug. Não sei vocês, mas eu também nunca fui uma pessoa extrovertida, ou bonita, ou simplesmente elegante. Era simplesmente normal, e eu queria mais do que aquilo, então eu entendi bem o que Shug passa no livro. Pra ajudar isso, ela começa a gostar do melhor amigo, Mark, que não retribui. Além disso, ela tem que aturar Jack, um menino irritante, mas que no fundo, é alguém simplesmente bagunçado, com uma família esquisita como a dela própria.

Jenny Han me surpreendeu muito com a escrita nesse ponto. Narrado pela protagonista, é mesmo como se houvesse uma garota de doze anos nos contando uma história, sem no entanto soar idiota ou infantil demais. E o mais legal é que Jenny não ficou apenas no básico, o que seria apenas o romancezinho do livro, e sim procurou se aprofundar no que era realmente problemático, como os vários problemas da casa de Shug que, por mais que fossem escondidos, ainda existiam.

“It’s a sad thing to feel sorry for an adult. There’s something wrong about it; you’re not supposed to feel sorry for the people who take care of you. They’re supposed to be older and wiser.” (pág. 114)

Shug é um livro simples. É fofo. Mas te toca de uma maneira diferente. De um jeito que faz você suspirar e pensar em como você era com 12 anos, mesmo que tenha sido pouco tempo atrás. Além disso, a família é um assunto muito falado no livro, então é impossível não parar um pouco e pensar nela também. É um livro bonitinho, com um toque a mais, o que torna ainda mais válido a sua leitura.


Autor(a): Jenny Han
Editora: Simon & Schuster
Ano: 2006 (original)
Páginas: 248 (original)
Nome original: -
Coleção: -

Depois de um ótimo começo (leia aqui a resenha de Olho por Olho, primeiro livro da série), eu tinha grandes expectativas... Afinal, com um cliffhanger daquele, como não querer ler urgentemente o próximo?

Tudo continua algum tempo do desastre do Baile de Homecoming que aconteceu no final do primeiro livro e agora, as meninas estão tentando fingir que nada aconteceu e mantendo-se bem discretas, para que ninguém desconfie que elas estão por trás do misterioso “acidente” de Reeve.

Enquanto que no primeiro livro, houve um pouco de enrolação para começarem de fato as vinganças, aqui, como o “trem” já está em movimento, é focado em outras coisas: a vingança ainda não finalizada sobre Reeve, as coisas estranhas que vem acontecendo com Mary e, claro, as pressões que todo estudante sofre no último ano para entrar numa boa faculdade.

“Eu nunca saíra com ninguém a não ser com Lillia e Kat desde que voltei para cá. E eu nunca fiquei bêbada antes, nunca tomei sequer um gole. Posso dizer que esta noite será muito maluca. Não maluca no sentido ruim, graças a Deus. Mas um maluco maravilhoso.” (pág. 118)

E eu gostei tanto!!! Quando vi que o livro era essa bíblia toda (umas 500 páginas), quase morri de felicidade, afinal, teria tempo de sobra para passar com essas personagens queridas. E apesar de eu saber que o livro provavelmente não faz o estilo de muita gente, eu gostei bastaaaante dessa continuação! E quero logo mais um!

Nesse livro, temos um foco maior nos relacionamentos entre as meninas e o resto dos amigos, o que causa várias confusões, aliás, normalmente eu consigo saber com quem certa pessoa vai ficar, mas nessa série, tá uma bagunça tão grande que nem sei... E nem as personagens! Mas isso é bom, eu gosto (sou a única?). Certos personagens ganham mais espaço, como Alex, o menino que é apaixonado pela Lillia e que já ficou a Kat, o já citado Reeve, alvo da vingança de Mary e que por causa do acidente pode nunca mais jogar futebol e Rennie, a ex-melhor amiga de Kat, que está dando um gelo na atual, Lillia, após o baile de Homecoming.

“Olho por olho, dente por dente.
Um coração partido por outro coração partido.” (pág. 325)

E eu adorei esse maior espaço dado, porque se na minha cabeça, eu já tinha formado de quem eu iria gostar, quem eu iria shippar, tudo mudou nesse livro. E não foi porque alguma das protagonistas teve uma mudança drástica na personalidade (#vampiroapaixonadofeelings), mas sim porque, ao conhecermos melhor o resto, a gente nota como na vida real, as coisas são diferentes do que na nossa cabeça.

Aliás, esse melhor conhecimento sobre os personagens muitas vezes me deixou mais confusa, afinal, eu não sabia se esse ou aquele estava fingindo ou se realmente tinha boas/más intenções. Só posso dizer isso: surtei muito mais nesse livro como fangirl do que no outro! Não sei, gente, mas tem vezes que até mesmo nossos personagens favoritos precisam de uma conversinha, né? Um chega pra lá...

SPOILER “Eu me apaixonei pela única pessoa por quem não deveria.
Pelo garoto que destroçou o coração de Mary. Pelo verdadeiro amor de Rennie. Pelo melhor amigo de Alex.
Isso tem que terminar aqui. Agora.” (pág. 403) SPOILER

No entanto, eu tenho uma crítica – e é importante. A revisão desse livro estava péssima. Erros básicos, tanto de digitação, quanto gramaticais, terríveis. Coisa de passar vergonha mesmo! Isso no começo eu relevei, porque achei que era uma, duas, três vezes só, mas acabou se repetindo o livro todo. Eu peço, encarecidamente, à NC que revise direitinho esse livro e mande para as prateleiras uma edição mais bem-feita, porque um livro bom assim merece o melhor.

E, após tantas continuações meia boca, é bom ver que uma ou outra ainda se salva! Espero que com isso vocês se animem a ler essa série, porque é ótima e linda.

P.S.: Comentário aleatório, porém: não gosto muito de nenhum livro das autoras (tirando Shug, da Jenny Han, que li recentemente), mas gente... Bem que dizem, “a união faz a força”.



Autor(a): Jenny Han e Siobhan Vivian
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013 (original) - 2013 (Brasil)
Páginas: 528 (original) - 512 (Brasil)
Nome original: Fire with Fire
Coleção: Olho por Olho, #2
Meme semanal hospedado pelo Lost in Chick Lit, onde compartilhamos pequenas informações sobre a nossa semana literária. Tendo como principal objetivo encorajar a interação entre os blogs literários brasileiros, fazer amizades e conhecer um pouquinho mais sobre outras pessoas apaixonada por literatura. Tem interesse em participar? Saiba como aqui!

♥ Leitura do Momento:
- Scarlett Suite, de Maureen Johnson.
- Quando eu era Joe, de Keren David.

 Li Essa Semana:   
- Deixe a Neve Cair, de John Green & Maureen Johnson & Lauren Myracle.

E aqueles livros que você não dá nada e acabam virando um dos que você mais gostou no ano? Tenho vários desses, e Olho por Olho me ganhou desse jeito, também. Vou confessar que eu já estava um pouco curiosa por causa da história, porque eu já tinha ouvido falar bem vagamente do livro lá no Goodreads, mas não era nada gritante. Além disso, ambas as autoras eu já tinha lido livros, mas nada que me fizesse amá-las e coloca-las nos meus “tops de todos os tempos”.

Então, como quem não quer nada, eu comecei a ler... Foi numa época ruim para as minhas leituras, eu estava empacada com as coisas da escola, com uma ressaca quase permanente literária e tal. Então, numa tarde eu devorei o livro, e só parei a leitura pra marcar os quotes e porque tinha aula de teclado. Vocês não têm noção há quanto tempo isso não acontecia comigo!!! /happy dance/

“Hoje falei para aquela garota no banheiro que Reeve ia ter o que merecia, que o carma não falha. Eu estava falando sério naquela hora, mas agora não tenho tanta certeza. Quando foi que Rennie pagou por tudo de ruim que fez comigo? Nunca. Estou cansada de esperar pelo carma. O carma que se dane.” (pág. 94)

Então, a história é basicamente: três meninas, cada uma com uma personalidade bem diferente, se reúnem para se vingar de pessoas que a fizeram sofrer, porque estão cansadas de ficarem paradas verem essas pessoas andarem por aí se sentindo as maiorais. Quem são elas? Mary, uma loira, com um trauma da infância, Kat, uma morena perigosa do grupo, que foi vítima de uma série de boatos mentirosos que a cercam até hoje, e Lillia, uma menina asiática popular, mas com alguns problemas com seus próprios “amigos” e que quer proteger sua irmã.

Assim sendo, o livro é dividido nas narrativas das três meninas e é impossível não se interessar com a vida delas na pacata Ilha Jar. Cada uma delas tem uma história bem diferente, objetivos diferentes, mas é legal conhecer cada uma delas mais de perto e ver que, como sempre, as aparências são só isso – uma máscara sobre o que você realmente é.

“Nunca uso óculos escuros. Não quero fazer tudo parecer mais escuro do que já é. Quero que fique tudo iluminado o máximo possível.” (pág. 105)

Não consegui eleger uma favorita, mas pode-se dizer que me surpreendi, porque Kat, que eu pensei que me irritaria com seu comportamento mais rebelde, foi uma das que mais gostei. As três são tão diferentes que é difícil mesmo você escolher apenas uma.

Além disso, uma das coisas que eu também gostei foi o cenário em que tudo se passava, que é a ilha Jar. É um lugar interessante, cheio de contrastes, pessoas fugidas e pessoas querendo fugir dali. Gostei bastante.

Porém, a única coisa que eu posso dizer de negativo é: a enrolação. Não é uma enrolação desagradável, porque eu adorei ler o livro, mas demora um tempinho para as coisas começarem a pegar fogo (referência ao título original, Burn for Burn). Isso me irritou? Bem, lá pelo final, quando eu comecei a achar que não daria tempo para fechar as pontas, sim. Mas num geral, é uma das melhores enrolações que eu já li (HA).

“- Ninguém pode jamais saber o que vamos fazer. O que fizemos juntos viverá e morrerá conosco. (...) E, se vamos mesmo fazer isso, ninguém pode desistir na metade do caminho. Se for pra entrar, é para ir até o fim. Até nós três conseguirmos o que queremos. Senão, bem.. você pode se considerar a caça. A estação de caça vai abrir, e nós teremos muita munição para usar contra você. Se você não puder jurar que irá até ao fim, então é melhor fingir que esta noite não ocorreu.” (pág. 122)

Aliás, esse livro me surpreendeu ao colocar um elemento sobrenatural que eu totalmente não esperava... Não vou entrar em detalhes, mas achei legal, apesar de, por causa justamente da enrolação, não ter sido muito desenvolvido.

Eu gostei bastante da história, dos personagens, do desenvolvimento, então recomendo muito pra vocês! É o primeiro livro de uma série (só fiquei sabendo isso depois que o livro acabou sem pé nem cabeça, haha!), cuja continuação, Dente por Dente, já saiu aqui no Brasil e em breve terá resenha. Se você gosta de surpresas, vingança de adolescentes com uma pitada meio macabra e sobrenatural, vai adorar Olho por Olho.

P.S.: Fazendo essa resenha, me deu uma vontade de reler esse livro! Hahaha!


Autor(a): Jenny Han e Siobhan Vivian
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012 (original) - 2013 (Brasil)
Páginas: 358 (original) - 320 (Brasil)
Nome original: Burn for Burn
Coleção: Olho por Olho, #1

Quando eu recebi esse livro, eu fiquei em dúvida se eu gostaria da história ou não. Afinal, era uma premissa super interessante, mas até aí, conheço vários livros que ficam só na promessa. A história tem como protagonista a própria Belle, uma personagem forte, feminina e muita à frente de seu tempo. Eu gostei de que, apesar de viver numa sociedade extremamente machista – afinal, o livro se passa no começo do século 20 –, Belle não é uma costumeira garota.

E o mais interessante mesmo é ver como, em alguns centenas de páginas, ela vai evoluindo, sofrendo e mudando a personalidade. Apesar do livro tomar certos rumos que eu não esperava, eu gostei bastante da narração – era gostosa, e eu lia o livro sem pressa.

Mas o que eu vi várias pessoas comentando foi a presença de sexo no livro e eu, que não sou muito acostumada, poderia ficar desconfortável, mas na realidade, dado o contexto, achei muito bem colocado e descrito. Afinal, toda a história tem esse pé nesse tema e seria impossível – e irreal – evitar tal assunto.

Em livros grandes, é normal ter várias reviravoltas e, nesse quesito, Belle não desaponta. Lesley caprichou na escrita e eu, que criei afeto por vários personagens inusitados, fiquei surpresa, nervosa e com o coração dolorido várias vezes. Os personagens são ótimos, aliás, nesse livro, porque nenhum deles é completamente mal ou o são sem motivo, por assim dizer. Todos já sofreram grandes baques da vida, sejam perdas de pessoas importantes, falta de amor, há de tudo, mas na maioria das vezes, eles também são as pessoas que menos julgamento fazem de outras.

Belle é um bom livro, um pouco longo demais, talvez, mas que ao mesmo tempo, entrega tantos acontecimentos que você simplesmente torce para que a protagonista se dê bem, porque, afinal, não é possível alguém sofrer tanto sem encontrar um final feliz depois! Haha!

P.S.: Minha resenha ficou esquisita, eu sei, mas é que é um mix de sentimentos difícil de pôr no papel – ou, no caso, no Word.


Autor(a): Lesley Pearse
Editora: Novo Conceito
Ano: 2011 (original) - 2012 (Brasil)
Páginas: 624 (original) - 560 (Brasil)
Nome original: Belle
Coleção: -

Quando eu li a sinopse desse livro, eu me apaixonei. Não sei vocês, mas eu tenho um fraco por livros com princesas, principalmente aqueles em que a protagonista não é uma princesa comum. Ao saber que era nacional e, portanto, teria um toque tupiniquim no livro, minhas expectativas subiram mais um pouco.

Ana (é, a do título) é uma universitária normal, com uma família presente e carinhosa, exceto seu pai, que deixou sua mãe há muito tempo e nunca mais deu as caras. Então, graças às redes sociais, eles acabam se reencontrando e é então que ele lhe joga a grande bomba: ela é uma princesa! De um país inteiro! Após a grande revelação, ela é convidada a passar um tempo lá na Krósvia, afinal, é a legítima herdeira do trono, e, aconselhada por todos a ir, Ana pega um avião e se muda para um lugar totalmente fora de sua área de conforto, trancando o semestre na faculdade e deixando os amigos (e um possível namorado) para trás.

As “aventuras” que a Ana apronta pela Krósvia são ótimas, bem engraçadas, tudo isso ajudado pelo fato de que Ana é uma protagonista divertida, desastrada, gente como a gente, que fica envergonhada e fala coisas erradas na hora errada. Eu sempre dava um sorrisinho com algum comentário bem-humorado dela, ou às vezes uma opinião sarcástica, que nem sempre ela conseguia guardar só para si. Além dela, temos o cara do livro, Alex, um daqueles bad boys nível hardcore. Sim, é impossível não suspirar com as cenas dos dois juntos, mesmo que seja algo totalmente esperado e até clichê, a escrita da Marina, mesmo sendo seu livro de estreia, é boa, deixando tudo bem informal e, portanto, mais próximo do nosso dia-a-dia. Às vezes achei que algumas passagens saíram meio forçadas, mas nada que comprometesse a diversão do livro.

Além de Ana e Alex, temos outra personagem que eu gostei muito: Estela, a melhor amiga de Ana. Se Ana já é meio amalucada sozinha, Estela é uma versão um pouquinho pior dela, mas mesmo assim, é uma excelente amiga. Eu adorei as respostas dela para Ana, dando umas chacoalhadas quando a menina estava sem direção.

A história lembra em alguns momentos O diário da Princesa (os filmes, principalmente o segundo), mas não é como se fosse uma cópia ou algo modificado levemente. É uma leitura gostosa, descompromissada e ótima para te fazer sonhar mais um pouquinho com contos de fadas e claro, o “felizes para sempre”.

  
(Quatro estrelas)

Autor(a): Marina Carvalho
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013 (original)
Páginas: 304 (original)
Nome original: -
Coleção: -

Ai, há quanto tempo eu queria ler esse livro!!! Sabe aqueles seus eternos desejos? Pois é. Eu tinha certas expectativas, e tinha medo de ler e me decepcionar. No entanto, as férias são um ótimo momento pra você tomar coragem e ler o que anda querendo e foi aí que eu peguei Sábado sem Noção.

A história é basicamente sobre duas melhores amigas, Bethany e Carlota, sendo que são praticamente o oposto de uma da outra. Num sábado desses, Carlota, seguindo as dicas da sua revista teen favorita, Teen Spice!, resolve fazer uma viagem maluca com a amiga, para ajudar a esfriar a cabeça das confusões que as duas se meteram, das quais nós apenas desconfiamos.

Elas acabam indo para Londres, onde encontram um ex-peguete de Carlota que, na verdade, é um garoto que ela realmente gosta mas é um canalha e seu primo, com quem Beth, mesmo namorando Declan, um menino que anda ignorando-a, dá umas beijos. Sim, pode parecer confuso e, em grande parte do livro, você não sabe ao certo o que irá acontecer, o que as duas aprontaram e como resolverão toda essa bagunça.

Beth, por exemplo, acha que está grávida de Declan, e passa o livro inteiro comentando isso, reclamando disso, sem parar. O curioso – e meio irritante – é que quando finalmente há a resolução, a menina, que estava tão preocupada há poucos capítulos, fica de boa muito rapidamente.

Já Carlota, que é mais saidinha, andou aprontando algumas, mas não quer que sua melhor amiga descubra o que anda acontecendo. Além disso, sua mãe e seu padrasto são um saco, típicos pais ausentes e sem noção da vida, além disso, não parecem se preocupar de fato com a própria filha/enteada.

Então, mesmo com todos esses problemas, elas resolvem passear para esfriar a cabeça... Só que acabam se metendo em mais mil confusões, hilárias! Sério, as duas juntas sempre aprontavam alguma coisa, principalmente Carlota, que parece ter um parafuso a menos na cabeça, que a impede de pensar duas vezes antes de fazer algo.

Tudo isso faz com que o livro tenha uma leitura rápida e divertida, mas sem grande “profundidade”, parecendo que a autora estava com receio de adentrar em algum assunto mais profundo, como a possível gravidez de Beth. Isso é bom, mas ao mesmo tempo, acho que o livro seria ainda melhor se afundasse um pouco, por assim dizer.

Mesmo assim, como o próprio título diz, vale a pena tirar um sábado à tarde para se divertir passeando com duas meninas meio loucas e tipicamente adolescentes por lugares legais e cheios de possibilidades.

  
(Quatro estrelas)


Autor(a): Luisa Plaja
Editora: iD
Ano: 2009 (original) - 2010 (Brasil)
Páginas: 327 (original) - 461 (Brasil)
Nome original: Extreme Kissing
Coleção: -
O meu primeiro livro da Cecelia. Surpreendentemente, não escolhi P.S. Eu te amo, porque, apesar de eu achar o filme bonitinho, eu tenho um receio de achar o livro meloso demais, como já me aconteceu várias vezes (no entanto, quem sabe em 2014? Haha!).

E eu tinha gostado bastante da sinopse, que contava sobre a vida de uma ex-menina rica, morando agora numa fazenda no meio do nada, sem coisa alguma para fazer, quando descobre um diário, no qual ela mesma sempre escreve o que acontece no dia seguinte – uma mágica inexplicável.

Tamara, esse é o nome da garota. Ela é o típico exemplo de garota mimada demais pelos pais, rica, que consegue tudo o quer na hora que quer. Só que tudo isso acaba quando seu pai se suicida por causa da situação financeira péssima em que sua família está – só que ninguém sabia disso, tirando ele próprio, então, após sua morte, Tamara e sua mãe, que estava numa espécie de choque pós-perda, têm que se mudar para longe da enorme mansão onde ela morava, indo morar junto com os tios.

E é aí que nós vemos a mudança que ocorre, aos poucos, não só na vida de Tamara, mas também em si mesma e nas pessoas que a cercam. Há uma aura muito forte de mistério ao redor de toda a propriedade dos seus tios e Tamara, entediada, sempre quer desvendar, o que ocasiona alguns problemas e muitas, muitas perguntas.

E toda essa mistura de YA com um suspense com algo mais sobrenatural deu, surpreendentemente, certo. Mesmo que eu me irritasse com a narração feita por Tamara às vezes, é impossível não sentir uma empatia por a menina que perdeu tudo do dia para a noite. Além disso, junto com ela, nós queremos saber o que irá acontecer, quais segredos seus parentes estão escondendo.

Algumas coisas não foram tão bem resolvidas ao final do livro, como o próprio “livro do amanhã”, mas os mistérios mais importantes foram muito bem fechadas, me surpreendendo, já que, na maioria das vezes, a história era tão estranha que eu simplesmente não conseguia dar um palpite (o que é um ponto positivo e negativo).

Mas uma coisa que eu tenho que comentar sobre a escrita é que ela me surpreendeu. Mesmo sendo narrado pela protagonista, que é uma menina mimada, dá pra ver que a menina é inteligente e, depois de tantos acontecimentos, ganhou uma sabedoria inesperada sobre as coisas da vida.

O livro do Amanhã possui uma aura meio mística que o próprio nome  já transmite e, mesmo que pareça simplesmente estranho algumas vezes, é uma bonita história sobre uma garota que poderia ser qualquer uma.

  
(Quatro estrelas)

Autor(a): Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Ano: 2009 (original) - 2013 (Brasil)
Páginas: 320 (original) - 368 (Brasil)
Nome original: The Book of Tomorrow
Coleção: -
2014
Original
Eu estive pensando no que eu queria para 2014. Mas pensar de verdade, do estilo que faz você filosofar e daí entrar em pânico porque sua vida está, repentinamente, seguindo muito rápido e você tem medo de não correr veloz o bastante para alcançar o trem antes dele partir.

Pois é. Mas então, eu me acalmei, ouvi uma música do Ed Sheeran e resolvi escrever esse texto, pra animar vocês sobre como esses 365 dias podem ser bons, ainda melhores que os anteriores.

Mas quer saber? A minha meta desse ano é simplesmente desapegar do que não me faz bem, do que não acrescenta nada de bom na minha vida. E simplesmente tentar ser feliz. Porque tantas vezes eu tento me comprometer com mais coisas do que consigo e acaba sendo um desastre total! E eu simplesmente não aguento mais isso, assim como as pessoas que contam comigo provavelmente não gostam também.

hope | via Tumblr
Original
Então, como minha mãe já me disse várias vezes, às vezes você tem que escolher o que gosta de verdade. E é isso a minha meta: eu vou me comprometer com as coisas que realmente são importantes para mim e vou encará-las por completo.

E é isso que eu falo pra vocês. Desapeguem, sigam em frente, sorriam, aproveitem esse ano como se não existisse um 2015. E que todos vocês tenham um excelente 2014, assim como suas famílias e seus amigos.

P.S.: Como *alguns* de vocês talvez saibam, esse é o meu último ano do colegial. Então, infelizmente, meu tempo livre vai cair pela metade, afinal, vestibular/escola/pressão/ataques de pânico ocupam um bom tempo dele. Mas não se preocupem, farei o meu melhor.