Minha experiência anterior
com a Gayle Forman foi surpreendentemente boa, Se Eu Ficar se revelou um livro fofo e bem emocional, com uma
escrita interessante. Por isso, quando comecei a ler esse livro, existiam
algumas boas expectativas, principalmente porque a história deste aqui me
chamava muito mais a atenção - adoro livros com viagem! E ainda misturava um
pouco de Shakespeare, que mesmo eu não conhecendo bem, gosto (menos Romeu & Julieta, que de fato não é
muito minha praia).
Contudo... Ok, foi um pouco
decepcionante ler essa história. Allyson é a protagonista, uma menina
extremamente certinha, que tem sua vida planejada pelos seus pais desde o
primeiro passo até o último suspiro. Como presente pela sua graduação do ensino
médio, ela e sua melhor amiga Melanie embarcam numa daquelas viagens em grupo
pela Europa, que é exatamente como sua vida: programada até o último detalhe.
Contudo, tudo muda quando, numa virada do destino, ela é convidada por um
charmoso holândes, Willem, a passar um dia, apenas um dia, em Paris. E, ao
contrário de todas as expectativas, Allyson aceita.
E se Shakespeare entendeu tudo errado? Ser ou não ser, eis a questão. Isso é de Hamlet, talvez o monólogo mais famoso de Shakespeare (...) Mas, e se Shakespeare, e Hamlet, estivessem fazendo a pergunta errada? E se a verdadeira pergunta não se referir a ser, mas a como ser? (pág. 11)
E até aí, as coisas vão
relativamente bem. Claro que, desde sempre, Allyson se revela uma personagem
difícil, meio chata, meio repetitiva e completamente em dúvida sobre tudo,
constantemente. Isso chega a atrapalhar a leitura em certos momentos, porque eu
não aguentava mais seus choramingos. Após esse dia especial, os dois acabam se
separando meio que tragicamente e um tempo passa, Allyson entra na faculdade e
tenta seguir a vida.
Contudo, ela não segue. Ela
simplesmente vai fazendo o que lhe é mandado fazer, sempre se perguntando sobre
aquele um dia, tornando novamente a história lenta e cansativa, o que me fez
demorar para ler o livro, que não é nem um pouco longo. Sim, temos ótimos
momentos naquelas vinte e quatro horas em Paris, mas grande parte disso é
causada por Willem, que sempre traz um lado desconhecido (e muito mais livre)
de Allyson. Portanto, as páginas lá pro meio da história não são as melhores,
mas a autora conseguiu ainda salvar o livro, tornando o final muito bom,
relativamente, porque finalmente Allyson consegue não só mudar como pessoa, mas
se desenvolver e crescer.
E é neste momento que entendo que eu fiquei marcada para sempre. Independentemente de se ainda estou apaixonada por ele, se ele algum dia foi apaixonado por mim e está apaixonado por outra pessoa agora, Willem mudou minha vida. Ele me mostrou como perder, e então eu mostrei a mim mesma como me encontrar.
Talvez acaso não seja a palavra certo, afinal. Talvez seja milagre.
Ou talvez não seja um milagre. Talvez seja simplesmente a vida. Quando a gente se abre para ela. Quando se coloca no caminho dela. Quando diz sim. (pág. 376)
É uma história bonitinha? É.
A Allyson é uma protagonista chatinha? É. Mas o Willem, nosso holandês
favorito, é uma graça de pessoa? Sem dúvidas! As diversas citações à
Shakespeare (que eu desconhecia a maioria) e os diversos lugares incríveis que
Allyson conhece tornam tudo um pouco mais gostoso de se ler e mais fácil de
acompanhar. A continuação, Apenas um ano,
é a versão de Willem da história, e já estou louca para ler pela perspectiva de
um dos melhores personagens dos livro.
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014
Páginas: 384
Nome original: Just One Day
Coleção: Apenas Um Dia, #1
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