[Resenha] Star-crossed, de Rachael Wing


Sabe quando você acha que não vai se surpreender com o livro, porque já sabe o que vai acontecer, mas mesmo assim, acha que vai ser uma leitura divertida? Pois é, Star-crossed surgiu assim na minha vida. Ganhei num sorteio, fiquei feliz, mas acabei esquecendo de lê-lo. Então, nas férias, resolvi dar uma chance, afinal, apesar de Romeu & Julieta nem de longe ser minha história favorita, adoro as adaptações que fazem (vide o fato que gosto bastante de Julieta Imortal).

E, nessa mais nova adaptação da história dos amantes desafortunados, temos Jen Anderson, uma menina de uns 14 anos, que adora teatro, e Chris Banner, da mesma idade, seu desafeto pessoal. Tudo porque, há muito tempo, os pais de ambos brigaram por um motivo que, eu pessoalmente, achei que poderia ser mais bem desenvolvido, ou simplesmente poderia ser algo mais significativo, sabe? Mas relevei, é um livro infanto-juvenil, não estava esperando um motivo daqueles, claro.

A narração de Star-crossed é um caso à parte, aliás. Não é primeira nem terceira pessoa, e sim segunda, o que torna a leitura bem diferente, e eu gostei bastante disso. É, de fato, como se você fosse a pessoa na história, agindo e falando. Meio esquisito no começo pra se acostumar, mas não deixa de ser uma boa jogada da autora.

A história se desenvolve à medida que Jen e Chris são obrigados a protagonizar juntos a peça da escola, Romey & Julieta, uma das favoritas de Jen, como o casal principal, mesmo se odiando. É bem fofo e engraçado vê-los brigando, discutindo e, aos poucos, notando que são o típico “opostos se atraem”. Não sei se vocês sabem, mas eu amo esse tipo de casal porque não fica naquela mesmice chata, já que, por serem diferentes, nunca ficaram muito na rotina. Então, é, eu gostei disso tudo.

Além dos protagonistas, também temos o melhor amigo (gay) da Jen, Reuben, que é engraçadinho, mas não achei nada de mais, nada que me cativasse muito, infelizmente, e Steve, um típico pegador, que sempre quer sair com Jen, afinal, ela é uma das poucas que ainda não ficaram com ele.

O que eu estranhei, no entanto, não foi a narração, e sim o comportamento dos personagens, seu desenvolvimento. A sensação que a história toda passa é de que são adolescentes da camada mais nova (uns 12, 13 anos), mesmo sendo mais velhos. E, como sempre se comportam assim, você se acostuma, até que, do nada, há um comentário mais velho deles e eu ficava “Ãhn? Como assim?”, porque, não sei vocês, mas os personagens desse livro tinham uns comportamentos meio diferentes pra um pessoal dessa idade.

Claro que isso não estraga a história, mas, por algum motivo, os personagens não me conquistaram tanto quanto eu imaginava. A história, mesmo assim, é fofa e divertida, bem despretensiosa. Se você quer algo mais leve, Star-crossed é perfeito.


Autor(a): Rachael Wing
Editora: Fundamento
Ano: 2007 (original) - 2011 (Brasil)
Páginas: 192 (original) - 172 (Brasil)
Nome original: Star-crossed
Coleção: -

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