Quando eu ganhei esse
livro numa promoção, fiquei feliz. Já conhecia a história e me parecia
promissora, então quando finalmente pude ler, fui bem animada. Ledo engano. O
livro, apesar dos pontos positivos, tem um grande problema a se contornar: a
própria protagonista, Charlotte, é uma das mais chatas e egoístas que eu já vi
na minha existência inteira como leitora de young
adults.
A história fala
justamente sobre sua saga para ser popular. Sim, meus amigos, o grande sonho de
Charlotte é ser a mais conhecida e querida da escola em que estuda. O problema?
Ela é praticamente uma nerd ignorada por todos e, quando sofre um infeliz acidente
e acaba morrendo - trágico mesmo - ainda assim não ganha a fama que queria.
Contudo, o que ela não sabia é que o pós-morte era bem mais complicado do que
se pensaria e, para passar para uma próxima fase, ela ainda teria que superar
seus conflitos não resolvidos em vida.
É aí que entra dois
coadjuvantes fundamentais no desenvolvimento da Charlotte: Damen, sua paixão em
vida e morte, e Scarlet, a irmã gótica e nada parecida com a menina mais
popular do colégio, Petula. Damen é um dos principais motivos de Charlotte ser,
após sua morte, tão chata e mesquinha: ela pensa que sua questão não resolvida
é encontrar o amor da sua vida e não, sei lá, superar essa obsessão com ser
popular. Já Scarlet é literalmente a pessoa de que mais gostei no livro todo,
junto com uma amiga fantasma que Charlotte faz, Pam. Scarlet e Damen acabam se
tornando um casal improvável, mas que não deixa de ser fofo, e Pam é uma das
poucas que consegue não só aturar Charlotte, mas ajudá-la, mesmo quando essa
faz burrada (o que acontece várias vezes).
E quantas vezes eu não
tive vontade de bater nessa protagonista! Nossa senhora, ela realmente tinha
problemas em enxergar alguma coisa além do próprio umbigo. Pelo lado positivo,
há sim um desenvolvimento em sua pessoa, que aos poucos vai aprendendo a ser
leal aos amigos e não se achar o centro de todas as coisas.
Um destaque que esse
livro tem é o design gráfico. Sério, gente, é maravilhoso! Pra começar pela
capa, super diferente, e o interior do livro é no mesmo nível. Impossível não
curtir a história um pouquinho mais por conta desses detalhes especiais, então
parabéns à Editora Agir e ao ilustrador, Craig Phillips, por um trabalho bem
feito desses.
Ghostgirl
é o primeiro de uma trilogia com alguns contos à parte, mas ainda estou em
dúvida se vou continuar lendo, afinal, a autora fechou bem a história no
primeiro livro, então vai ser meio complicado arranjar um gancho para a
continuação.
Editora: Agir
Ano: 2011
Páginas: 320
Nome original: Ghostgirl
Coleção: Ghostgirl, #1
Coleção: Ghostgirl, #1
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