[Resenha] Ghostgirl, de Tonya Hurley


Quando eu ganhei esse livro numa promoção, fiquei feliz. Já conhecia a história e me parecia promissora, então quando finalmente pude ler, fui bem animada. Ledo engano. O livro, apesar dos pontos positivos, tem um grande problema a se contornar: a própria protagonista, Charlotte, é uma das mais chatas e egoístas que eu já vi na minha existência inteira como leitora de young adults.

A história fala justamente sobre sua saga para ser popular. Sim, meus amigos, o grande sonho de Charlotte é ser a mais conhecida e querida da escola em que estuda. O problema? Ela é praticamente uma nerd ignorada por todos e, quando sofre um infeliz acidente e acaba morrendo - trágico mesmo - ainda assim não ganha a fama que queria. Contudo, o que ela não sabia é que o pós-morte era bem mais complicado do que se pensaria e, para passar para uma próxima fase, ela ainda teria que superar seus conflitos não resolvidos em vida.

É aí que entra dois coadjuvantes fundamentais no desenvolvimento da Charlotte: Damen, sua paixão em vida e morte, e Scarlet, a irmã gótica e nada parecida com a menina mais popular do colégio, Petula. Damen é um dos principais motivos de Charlotte ser, após sua morte, tão chata e mesquinha: ela pensa que sua questão não resolvida é encontrar o amor da sua vida e não, sei lá, superar essa obsessão com ser popular. Já Scarlet é literalmente a pessoa de que mais gostei no livro todo, junto com uma amiga fantasma que Charlotte faz, Pam. Scarlet e Damen acabam se tornando um casal improvável, mas que não deixa de ser fofo, e Pam é uma das poucas que consegue não só aturar Charlotte, mas ajudá-la, mesmo quando essa faz burrada (o que acontece várias vezes).

E quantas vezes eu não tive vontade de bater nessa protagonista! Nossa senhora, ela realmente tinha problemas em enxergar alguma coisa além do próprio umbigo. Pelo lado positivo, há sim um desenvolvimento em sua pessoa, que aos poucos vai aprendendo a ser leal aos amigos e não se achar o centro de todas as coisas.

Um destaque que esse livro tem é o design gráfico. Sério, gente, é maravilhoso! Pra começar pela capa, super diferente, e o interior do livro é no mesmo nível. Impossível não curtir a história um pouquinho mais por conta desses detalhes especiais, então parabéns à Editora Agir e ao ilustrador, Craig Phillips, por um trabalho bem feito desses.

Ghostgirl é o primeiro de uma trilogia com alguns contos à parte, mas ainda estou em dúvida se vou continuar lendo, afinal, a autora fechou bem a história no primeiro livro, então vai ser meio complicado arranjar um gancho para a continuação.


Autor(a): Tonya Hurley
Editora: Agir
Ano: 2011
Páginas: 320
Nome original: Ghostgirl
Coleção: Ghostgirl, #1

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