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A janela de Overton é um thriller instigante, com uma ideia geral muito boa, mas que infelizmente peca no final. Já começo a resenha assim porque isso foi justamente um dos pontos baixos do livro, já que o final é uma coisa fundamental no livro - num thriller, pelo menos.
Noah Gardner é um executivo, filho de Arthur Gardner, um poderoso e muito influente dono de uma empresa de relações públicas. Noah tenta ao máximo não pensar nos trabalhos sujos que faz para o pai, ficando sempre na "área cinza entre o preto e o branco", ou seja: não sendo totalmente, nem totalmente bom. Porque, cada vez que pára pra pensar no que ele está mexendo, ele nota o quanto está errado e o quanto deveria impedir. Mas não faz nada, até que conhece Molly Ross, uma mulher com ideias fortes, independentes e bem diferentes das suas. E se apaixona.
Mas nem tudo é o que parece e após ler coisas que jamais acharia que seriam verdades, ver algumas verdades serem jogados no lixo e se ver lutando contra o próprio pai e suas ideias duvidosas de um futuro melhor, Noah é submetido a altas provas... como ter o coração quebrado.
“ – (…) O povo perdeu a coragem de acreditar. Abriu mão de sua capacidade de pensar. As pessoas já não conseguem formar suas próprias opiniões, apenas absorvem opiniões, sentadas com a boca escancarada em frente à televisão.” (pág. 45)
Bem, o livro é thriller, ok, mas também tem pitadas (bem grandes) de romance, como dá para notar pelo resumo da história. Eu procurei contar o mínimo de coisas porque quando comecei a ler, sabia somente o "geral" e isso foi bom, pois fui descobrindo algumas coisas por mim mesma e algumas informações podem parecer óbvias se eu ficar contando demais.
Glenn Beck criou personagens bons, num ambiente em está muito próximo do nosso - na verdade, ele é o nosso, tirando um ou outra modificação... e essas modificações, o autor espera que nunca se cheguem a realizar na nossa sociedade. A janela de Overton é, num geral, quando pessoas poderosas mexem seus pauzinhos e sugerem ideias extremas: coisas que jamais aceitaríamos, mas acabamos aceitando por causa de ouvi-los que isso é necessário, que precisamos daquilo... E com isso - e o tempo -, ideias que há 10 anos pareciam completamente sem cabeça acabam acontecendo. É a janela de Overton se movendo para o objetivo final.
“A doença é a corrupção, pura e simples. A corrupção é um vírus, sempre pairando nos corredores e salões do poder, pronto para infectar e se espalha entre aqueles cujos sistemas estão comprometidos pela ganância e ambição.” (pág. 86)
Com isso, você entende um pouco o conceito do livro: Arthur Gardner e sua empresa são um peça fundamental na movimentação dessa janela, com suas propagandas e slogans. É bem fácil um exemplo: quando vemos um produto à venda, e na propaganda, todos estão felizes e algo desperta no nosso íntimo: "preciso disso". Será mesmo? Esse é mais ou menos o contexto da janela.
“– (…) existe realmente uma coisa chamada verdade, a verdade real e objetiva, que as pessoas podem ver desde que olhem direito e desde que se lembrem de quem realmente são. Mas na maior parte do tempo elas abrem mão disso e preferem acreditar em todas as mentiras.” (pág. 170)
Eu não consigo fazer essa resenha muito bem, porque o livro acabou como um ponto de interrogação para mim; sem dúvida, gostei de tê-lo lido, mas, como citei no começo, o final peca. Quando as coisas parecem que realmente vão começar a rolar, chega o Epílogo! Mas eu gostei muito da ideia de Beck, muitos poderiam dizer que é apenas um "romance conspiratório", mas não é isso. Ele joga algumas coisas na nossa cara, nos mostra como as coisas funcionam de verdade por baixo dos panos. E o que vemos, não é nada bonito.
“– ‘(…) A tirania, como o inferno, não é facilmente derrubada; ainda assim, temos o consolo de que quanto mais duro for o conflito, mais glorioso será o triunfo. Tudo aquilo que é obtido por um preço baixo demais merece nossa pouca estima: é o alto preço que dá a cada coisa seu valor. Deus sabe como atribuir o preço adequado a suas mercadorias, e de fato seria muito estranho se um bem tão divino como a liberdade não custasse tão caro’.” (pág. 201)
É um livro que você lê aproveitando, saboreando os textos, a escrita do autor... marquei tantos quotes, tantas frases marcantes que eu simplesmente não poderia continuar sem fazer uma pausa (merecida) à eles. É bom, é diferente do que vemos por aí... mas não crie grandes expectativas com o final :)
Bônus!! Se você ficou curiosa com os quotes, eu fiz um "Top Quotes" especialmente desse livro lá no Entrelinhas, da Abbs. Pra ver, é só clicar aqui!
Eu estava louca para ler uma resenha desse livro! Mesmo com esse probleminha citado no final, gostei muito do contexto. E me impressionei demais com os quotes!
ResponderExcluir"O povo perdeu a coragem de acreditar. Abriu mão de sua capacidade de pensar. As pessoas já não conseguem formar suas próprias opiniões, apenas absorvem opiniões, sentadas com a boca escancarada em frente à televisão.” Uau. Pura verdade.
Beijos
Conjunto da Obra
Nossa, cara, cada resenha que leio só me deixa com mais vontade de ler o livro. Essa capa é linda demais, foi o que me conquistou.
ResponderExcluirNão gostei muito desse livro,mas a resenha ta ótima.
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