[Resenha] A 8ª Série C, de Odette de Barros Mott


Sinceramente, eu não gostei muito do livro. Isso é muito estranho para mim, pois, vocês já devem ter notado, não sou daquelas que detestam muitos livros (na verdade, normalmente tenho três estágios: "adorei", "gostei" e "morno"). Mas esse livro não me conquistou, simples assim. Mas vamos à resenha, que explicarei os motivos.

Tudo começa com a volta às aulas, e a 8ª série C, que é um grupinho bem unido, volta com tudo, todos prometendo que irão prestar mais atenção, se dedicar mais - bando de gente mentirosa, nunca vi, cumprir que é bom, ninguém cumpre.

Júlio é um garoto meio problemático, bem popular, que sempre está fazendo exercícios físicos e adora andar na sua moto. Seu amigo, João Paulo, ou simplesmente Jopa, é um daqueles "conselheiros", então é um pouco certinho demais, sabe, aquele tipo de personagem perfeito, "sai com a turma, mas é um santo...". Sua amiga (ou namorada, whatever), Márcia, é a mais pobre do grupo, mas não liga para isso e segue a mesma linha de Jopa - talvez por isso fiquem juntos. É bem próxima de Júlio, pois, antes de o mesmo "ascender" a uma classe mais alta, eram vizinhos, então se conhecem desde pequenos. Há também Gabriela, ou Gaby, que é bem rica (pelo que entendi), tem várias amigas mas nos estudos, quase sempre se dá mal. Tem também as duas melhores amigas, Martha e Mariela, inseparáveis, como todo livro de adolescente aparentemente deve ter. Há outros personagens, mas que não estou me lembrando agora - não são tão importantes, quero dizer, não mudam a história.

Tudo começa quando Júlio briga mais uma vez com seus pais - há muito, muito atrito entre eles - e pede conselhos a Jopa, que o aconselha a tomar um remédio chamado "plá" (bate-papo, conversa). E, num dia desses, ele - que compete com sua moto em rachas e tal - precisa de grana pra pagar o mecânico, mas seus pais, cansados de ter de arcar com esses altos custos, não dão. Ele então, com a ajuda do Lauro, um colega não muito bom da cabeça (não quis dizer que ele tem problemas mentais, mas sim que não é boa companhia), conhece um cara que falsifica assinaturas de cheques e, assim, falsifica o cheque de sua mãe e paga a moto. Logo depois, porém, ele tem uma dor de consciência muito forte e fica na "fossa" (triste, aborrecido), praticamente o livro inteiro. Acaba pedindo conselhos à Márcia, a tal conselheira-mor, né... E se abre com ela, que o aconselha a contar aos pais.

Nesse meio tempo, temos também Gaby, que, afundando nas notas, está proibida de sair de casa - mas até parece que ia obedecer, né - mas acaba saindo, junto com Jopa (que não sabe disso, senão aposto que tinha passado uma bela lição de moral). Não se diverte nem um pouco, volta pra casa mais cedo e também tem uma crise. No final, conta para a mãe, que aceita, e tudo se resolve (não tão rápido assim).

Há, também, Mariela, que faz parte de uma peça organizada por Marina (que é tipo aquela menina que eu não lembro o nome de Quanto toca o sino, da Disney, metida a diretora), que começa a receber cartas românticas anônimas - vou falar sério, essa foi a melhor parte do livro <3.

Há outros pequenos enredos - tá mais pra enrolos, mas tudo bem - mas não vou contar tudo, estragando a (já pouca) surpresa que algum de vocês possa ter lendo o livro.

O livro não é de todo ruim, de maneira alguma, e tive algum divertimento o lendo. A minha maior dificuldade foi a ENORME quantidade de gírias - antigas, ainda por cima, como "plá", "quadrados", "amizade (no sentido "E aí, amizade?"), "esquentar a cuca". Eu leio livros atuais sim e creio - me ajudem se eu estiver errada - que não temos tantas gírias nos livros atuais. Há sim alguns "tipos", mas nada que me faça parar e perguntar pra minha mãe o que é (na teoria, pois sei normalmente o significado das gírias, mesmo as antigas). E, na tentativa da autora de falar a linguagem dos jovens, acabou tornando o livro meio difícil para as gerações futuras lerem - aliás, o livro se passa em 1974, quando minha mãe tinha 14 anos, então até que dou um desconto.

Mas não foi só isso, pois seria muito injusto dar três estrelinhas só por esse motivo. Foi a falta de profundidade dos personagens. Mesmo alguns como a Márcia ou o Jopa me pareceram robôzinhos, que são todos certinhos, não fazem nada de errado, perfeitinhos mesmo... E quanto às meninas, elas eram um bando de pequenas fúteis, se importando demais com coisas como festas, meninos, essas coisas que não fazem nós sermos melhores. Enfim, o enredo geral não é tão ruim, só senti (bastante) a falta de aprofundamento dos personagens (creio que aqui não há "principais", como são várias histórias paralelas, então...).

P.S.: outra coisa que devo citar que me incomodou foi como mudava, aparentemente, de narrador muitas vezes. Algumas vezes, quem contava era um personagem, em 1ª pessoa, normal, e, de repente, era em 3ª pessoa, ou coisa assim, como uma mulher narrando, dando-nos - ao leitor, quero dizer - "conselhos" sobre certas atitudes. Simplesmente achei sem muito sentido, não ficou legal =/.

Gente, eu estive pensando cá com meus botões e eu achei melhor se eu fizesse só a resenha, os personagens favoritos, a classificação, a playlist e as partes favoritas, porque aquele negócio de pontos positivos e negativos eu meio que já escrevo na resenha, ficava meio inútil, sabem? Mas qualquer coisa é só me mandar um email ou comentar... =)

Personagens favoritos: Mariela e Cris (eles simplesmente ficam bonitos juntos, separados realmente não são grande coisa).

Classificação:
Capa e design gráfico: 8,0
História: 8,0
Narrativa: 7,5
Personagens: 7,0
Final: 8,0
Média: 7,7

Playlist: música dos anos '80 =) (as de qualidade, of course).

*Sem citações favoritas =(

Autor(a): Odette de Barros Mott - com ilustrações de Zeflávio Teixeira
Editora: Atual
Ano: 1976
Págs: 148
Nome original: -
Coleção: "Tirando de Letra"

16 comentários:

  1. EU NAO ENTENDI ESSE LIVRO ME DEIXOU MUITO CONFUSA E NAO GOSTEI E TIVE QUE FAZER FICHA DE LEITURA QUE COM QUE ESSE RESUMO ME AJUDOU
    OBRIGADO

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  2. oi eu tambem achei o livro uma porcaria mais fui obrigado a ler pq tenho prova de portugues e preciso da nota.. valeu

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  3. Essa resenha me ajudou bastante, pois tive certas complicações ao ler o livro por causa da enorme quantidade de gírias antigas e da narrativa... de qualquer forma eu esperava mais do livro.

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  4. bem legal me ajudou um pouco o livro e chato nao quiz ler e tudo que eu preciso esta aqui obrigada!

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  5. bem legal eu nao quiz ler e esta aqui tudo que eu preciso entao obrigado!

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  6. oo livro éh perfeito vc q éh um trouxa de ter achado uma bosta'

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  7. gostei só queria sabe as caracteristicas dos personagens

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  8. queria saber algumas características do livro, porem terei prova dele e não o entendi..

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  9. Eu queria saber em que tempo a história é contada. Presente, passado ou futuro?

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  10. É um livro da minha época...Sou mais novo que sua mãe, mas me surpreendo com a profundidade de sua critica. Concordo em gênero, número e grau. Não sabia que este livro ainda é lido para provas...É algo da minha geração, que viveu os anos 70 e 80...Apesar de ter lido o livro em 1984, ainda tem muita coisa atual nele. Muita gente continua fútil, existe pouco diálogo entre pais e filhos, acredito até que piorou...E infelizmente pessoas politicamente corretas é uma lástima. Seguem a manada e não possuem opinião própria. Quanto as gírias...São chatas demais.

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  11. Bem se ver que não leram o livro. Ficaram tão simplesmente aqui na resenha.
    "Tudo começa com a volta às aulas, e a 8ª série C, que é um grupinho bem unido, volta com tudo, todos prometendo que irão prestar mais atenção, se dedicar mais - bando de gente mentirosa, nunca vi, cumprir que é bom, ninguém cumpre." Tal comentário é muito simplista! Qual o adolescente da década de 80 ou de hoje, que promete e cumpre?
    Quem escreve "QUIZ", realmente não gosta de literatura....

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  12. O livro é horrível! Tinha que fazer um resumo e essa matéria me ajudou demais!!!

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  13. Li esse livro quando tinha 16 anos e amei, fiquei feliz em encontra-lo no sebo, comprei pra meu filho de 13 anos espero que ele goste assim como eu.

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  14. Li este livro exatamente quando fiz a 8 série em 1993. Estas gírias me pareceram estranhas mas a professora nos explicou o que significavam. O livro não pretendia aprofundar nos personagens, ou corria o risco de se perder na grande quantidade de histórias que a autora pretendia contar, num universo tão plural que é a adolescência... especialmente naqueles anos de chumbo de 1974. Abraço a todos.

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