[Resenha] Meu amor, meu bem, meu querido, de Deb Caletti


A escrita da Deb me conquistou no primeiro livro que li dela, Um lugar para ficar, então eu já tinha certas expectativas quando peguei esse livro, mesmo a história sendo meio estranha e simplesmente... hum, esquisita? Eu não sei se era a sinopse, mas eu não conseguia entender direito a história em si.

Infelizmente, conforme eu fui lendo, as coisas não ficaram menos confusas. Pelo contrário, eu esperava algo interessante, mas esse livro, infelizmente, fica no “quase”. Ruby McQueen é uma menina normal, na verdade ela é até comum demais, do tipo que ninguém conhece, ninguém ouve falar, principalmente porque ela mesma não fala muito nem tem grande participação em alguma atividade. No entanto, quando finalmente o verão chega, Ruby está decidida a deixar de lado esse seu lado quieto e, para tal mudança, começa a sair com Travis Becker, que mora perto de sua casa, um típico bad boy, que não mede as consequências para conseguir uma boa dose de emoção.

O problema disso tudo é que eu ficava a maior parte do tempo ou a) esperando alguma coisa incrível acontecer pra explicar essa vontade incrível da Ruby de se transformar em alguém tão diferente b) tentando simpatizar com a Ruby e entende-la. E, cara, foi difícil. O maior empecilho para a história ser boa não é a escrita, é a história e seu desenvolvimento. Sabe quando você não entende pra onde um livro está indo, só acha que está sendo enrolada porque nada de importante acontece e páginas vão passando? Pois é! Por mais que eu goste da escrita da Deb, esse livro não é nem de longe um de seus melhores, pelo menos para mim.

Ruby é uma personagem difícil de entender e, quando conseguimos conhece-la melhor, graças ao aprofundamento que a Deb aos poucos faz, as coisas melhoram um pouco. Ruby e sua mãe, Ann, foram abandonadas pelo pai há um bom tempo, mas sua mãe ainda acha que ele irá voltar (o que acontece, mas acaba que ele fica um tempo e depois some de novo). Não achei essa parte muito bem contada, ou resolvida, aliás, uma característica desse livro é que a gente acaba ficando sem resposta para algumas perguntas.

Pro meio do livro para o final, as coisas melhoram um pouco porque há menos enrolação e mais acontecimentos, mas mesmo assim, a história toma um caminho “do nada”, sem muito sentido, o que me confundiu.

Mesmo assim, há algumas coisas interessantes, além da escrita: o “clube de leitura semanal” de Ann que só têm velhinhos é muito engraçado, cada personagem é mais curioso que o outro, só queria que eles tivessem tido uma participação no começo da história maior.

É bonita também a história de amor que ocorre em segundo plano, todas as coisas loucas que o clube de leitura mais Ann e Ruby fazem para que tal história realmente continue e achei legal que, para a Ruby se encontrar e saber quem é de fato não precisou de menino nenhum, apenas uns bons velhinhos levemente caducos, uma mãe carinhosa e, claro, confiança em si mesma.


Autor(a): Deb Caletti
Editora: Novo Conceito
Ano: 2004 (original) - 2013 (Brasil)
Páginas: 320 (original) - 240 (Brasil)
Nome original: Honey, Baby, Sweetheart
Coleção: -

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