Primeiramente: que tipo de nome é
A esperança??? Ainda não me
conformo com isso, Rocco! Não faz nenhum sentido, simplesmente. Fica parecendo
livro religioso – nada a ver.
Após esse fiasco com o nome (por que, por que não pôr simplesmente O Tordo? Pode não ser a coisa mais linda
do mundo, mas pelo menos tem sentido!), eu até fiquei receosa com a tradução do livro, mas, felizmente,
assim como os outros dois livros, ela está
muito boa. Eu não estava procurando muitos erros, de fato, mas se teve
algum, foi bem leve e não trouxe grandes complicações para a história num
geral.
A história continua algum tempo depois da última cena de Em Chamas – Katniss já está recuperada e está visitando sua antiga casa, o
Distrito 12. É óbvio que isso é muito difícil para ela, afinal, isso não é nada
menos que seu lar. Mesmo assim, ela tem
que lidar com as consequências. E isso inclui aprender a se adaptar ao Distrito
13, que de fato existe e está agora abertamente declarando guerra contra
Snow e a Capital.
“- Se vencermos, quem fica no
governo? – pergunta Gale.
- Todos – diz Plutarch a ele. – Vamos
formar um a república em que as pessoas de cada distrito e da Capital vão poder
eleger seus próprios representantes para serem suas vozes num governo
centralizado. Não olhem com essa desconfiança toda; já funcionou antes.
- Nos livros – murmura Haymitch.
- Nos livros de história – diz
Plutarch. – E se nossos ancestrais conseguiam, então também vamos conseguir.
Francamente, nossos ancestrais não
parecem merecer esse respaldo todo. Enfim, olha o estado em que nos deixaram,
com as guerras e o planeta destroçado. Visivelmente não davam a mínima para o
que poderia vir a acontecer com as pessoas que viveriam depois deles.” (pág. 96)
A primeira parte de A esperança não é a melhor coisa do
mundo, principalmente se
compararmos com as fortes emoções (por mais Sessão
da Tarde que isso soe...) dos outros livros, mas é importante, pois prepara o terreno para o que Katniss tem que
aprender a enfrentar, agora que a guerra de fato começou. É como a calmaria
antes da tempestade (?), eu pensei. E, além de tudo isso, temos Peeta. Ou, aliás, não temos, afinal, no
começo de A esperança nem sabemos direito onde ele está – só
que está nas mãos da Capital. Fã desse personagem como eu sou, eu fiquei
realmente nervosa. Afinal, não sei se já comentei, mas ele é um cara tão bom
que a Katniss nem o merecia direito.
É difícil de explicar, mas, a meu ver, ela combina mais, de fato, com o Gale. Mesmo assim, eu shippo os dois,
porque é tão fofo e simplesmente lindo de ver.
Então, tive um choque – choque mesmo! – ao ver o que Suzanne resolveu fazer para mexer um
pouco (mais) com nosso casal. Porém, o
romance, apesar de importante, nesse livro ele é diferente. É mais feito de
memórias, lembranças, do que de acontecimentos de fato. Eu gostei muito disso, afinal, eles estão em guerra. Não é
exatamente como na Arena, onde você tem que conseguir patrocinadores e fazer o
que eles querem, mas é parecido. De um jeito mil vezes pior e duro. Porém, por
mais parecido que seja com a Arena, é muito diferente também. Mais vidas estão
em jogo. Mais gente está do lado da Katniss.
E, o principal: o papel dela nisso
tudo é mil vezes maior.
“Não tenho mais nenhum compromisso
com aqueles monstros chamados seres humanos. Eu mesma me desprezo por fazer
parte deles. Acho que Peeta tinha certa razão quando disse que poderíamos
destruir uns aos outros e deixar que outras espécies decentes assumissem o
planeta. Porque há algo significativamente errado com uma criatura que
sacrifica as vidas de seus filhos para resolver suas diferenças. Para onde quer
que você se vire, você enxergará esse tipo de visão de mundo. Snow pensava que
os Jogos Vorazes eram uma foram de controle eficiente. Coin pensava que os
paraquedas apressariam o fim da guerra. Mas no fim, a quem tudo isso beneficia?
A ninguém. A verdade é que viver num mundo onde esse tipo de coisa acontece não
traz benefícios a ninguém.” (pág 405)
Uma das coisas que mais doeram foi a perda de alguns personagens que eu
gostava bastante. Até mesmo uns que foram introduzidos nesse livro mesmo, eu
senti. É incrível como, nesse ponto, a
autora não teve medo de se arriscar, de falar mesmo “é uma guerra, pessoas vão
morrer” e talvez exatamente por isso a
segunda parte seja tão mais legal que a primeira. É como se a ação esteja
90% nessa.
O que eu não gostei muito mesmo
foi... Do final. Quero dizer,
é uma grande saga, então merecia um fechamento
com chave de ouro, o que, pra mim, não
aconteceu. Foi bonitinho e tudo, mas deixou pontas soltas demais.
Além daquelas de sempre, que são boas, pois nos fazem continuar pensando no
livro... Parece que alguns personagens importantes não tiveram uma conclusão
tão boa quanto eu esperava. No entanto, ainda
é um livro bom demais, cheio de cenas fortes, mas muito bem contadas e até
mesmo com algumas passagens mais leves e divertidas.
“- Você está se preparando para mais
uma guerra, Plutarch? – pergunto.
- Ah, não agora. Agora estamos naquele
período tranqüilo onde todo mundo concorda que os nossos horrores recentes
jamais deveriam se repetir. – diz ele. – Mas o pensamento em prol do coletivo
normalmente possui vida curta. Somos seres volúveis e idiotas com uma péssima
capacidade para lembrar das coisas e com uma enorme volúpia pela
autodestruição. Mas quem sabe? De repente vai ser isso mesmo, Katniss.
- O quê? – pergunto.
- O nosso tempo atual. Pode ser que a
gente esteja testemunhando a evolução da raça humana. Pense nisso.” (pág. 407)
Para quem é fã de Jogos Vorazes,
é impossível ficar sem saber como nossos amados vão ficar, então é óbvio que
vão ler. Pode não ser o melhor dos três,
mas sem dúvida, ainda é um livro muito legal e bem feito e que eu gosto
demais. Então, é óbvio, recomendadíssimo!
P. S. com spoiler: não falei disso na resenha, mas, pra quem já leu:
alguém mais tava com uma vontade ainda maior que o normal de bater no Gale? Honestamente! E no final das contas, nem
sabemos direito o que aconteceu de fato com ele. Bad move, Suzanne!
+ Favorito!
Estou louca para ler este livro. Li os dois anteriores e não vejo a hora de iniciar esta leitura. Eu vou confessar que queria A katniss com o Gale. Acho os dois muito mais parecidos que ela e o Peeta (de quem eu não gosto, diga-se de passagem ><)! Adorei a resenha e realmente não tem como não ficar sabendo que aconteceu depois de ler Em Chamas ^^'
ResponderExcluirBeijos
@PollyanaCampos
entrelivrosepersonagens.blogspot.com