[Resenha] A Esperança (JV #3), de Suzanne Collins



*Resenha do primeiro livro (Jogos Vorazes) e do segundo (Em Chamas).


Primeiramente: que tipo de nome é A esperança??? Ainda não me conformo com isso, Rocco! Não faz nenhum sentido, simplesmente. Fica parecendo livro religioso – nada a ver.

Após esse fiasco com o nome (por que, por que não pôr simplesmente O Tordo? Pode não ser a coisa mais linda do mundo, mas pelo menos tem sentido!), eu até fiquei receosa com a tradução do livro, mas, felizmente, assim como os outros dois livros, ela está muito boa. Eu não estava procurando muitos erros, de fato, mas se teve algum, foi bem leve e não trouxe grandes complicações para a história num geral.

A história continua algum tempo depois da última cena de Em ChamasKatniss já está recuperada e está visitando sua antiga casa, o Distrito 12. É óbvio que isso é muito difícil para ela, afinal, isso não é nada menos que seu lar. Mesmo assim, ela tem que lidar com as consequências. E isso inclui aprender a se adaptar ao Distrito 13, que de fato existe e está agora abertamente declarando guerra contra Snow e a Capital.

“- Se vencermos, quem fica no governo? – pergunta Gale.
- Todos – diz Plutarch a ele. – Vamos formar um a república em que as pessoas de cada distrito e da Capital vão poder eleger seus próprios representantes para serem suas vozes num governo centralizado. Não olhem com essa desconfiança toda; já funcionou antes.
- Nos livros – murmura Haymitch.
- Nos livros de história – diz Plutarch. – E se nossos ancestrais conseguiam, então também vamos conseguir.
Francamente, nossos ancestrais não parecem merecer esse respaldo todo. Enfim, olha o estado em que nos deixaram, com as guerras e o planeta destroçado. Visivelmente não davam a mínima para o que poderia vir a acontecer com as pessoas que viveriam depois deles.” (pág. 96)

A primeira parte de A esperança não é a melhor coisa do mundo, principalmente se compararmos com as fortes emoções (por mais Sessão da Tarde que isso soe...) dos outros livros, mas é importante, pois prepara o terreno para o que Katniss tem que aprender a enfrentar, agora que a guerra de fato começou. É como a calmaria antes da tempestade (?), eu pensei. E, além de tudo isso, temos Peeta. Ou, aliás, não temos, afinal, no começo de A esperança nem sabemos direito onde ele está – só que está nas mãos da Capital. Fã desse personagem como eu sou, eu fiquei realmente nervosa. Afinal, não sei se já comentei, mas ele é um cara tão bom que a Katniss nem o merecia direito. É difícil de explicar, mas, a meu ver, ela combina mais, de fato, com o Gale. Mesmo assim, eu shippo os dois, porque é tão fofo e simplesmente lindo de ver.

Então, tive um choque – choque mesmo! – ao ver o que Suzanne resolveu fazer para mexer um pouco (mais) com nosso casal. Porém, o romance, apesar de importante, nesse livro ele é diferente. É mais feito de memórias, lembranças, do que de acontecimentos de fato. Eu gostei muito disso, afinal, eles estão em guerra. Não é exatamente como na Arena, onde você tem que conseguir patrocinadores e fazer o que eles querem, mas é parecido. De um jeito mil vezes pior e duro. Porém, por mais parecido que seja com a Arena, é muito diferente também. Mais vidas estão em jogo. Mais gente está do lado da Katniss. E, o principal: o papel dela nisso tudo é mil vezes maior.

“Não tenho mais nenhum compromisso com aqueles monstros chamados seres humanos. Eu mesma me desprezo por fazer parte deles. Acho que Peeta tinha certa razão quando disse que poderíamos destruir uns aos outros e deixar que outras espécies decentes assumissem o planeta. Porque há algo significativamente errado com uma criatura que sacrifica as vidas de seus filhos para resolver suas diferenças. Para onde quer que você se vire, você enxergará esse tipo de visão de mundo. Snow pensava que os Jogos Vorazes eram uma foram de controle eficiente. Coin pensava que os paraquedas apressariam o fim da guerra. Mas no fim, a quem tudo isso beneficia? A ninguém. A verdade é que viver num mundo onde esse tipo de coisa acontece não traz benefícios a ninguém.” (pág 405)

Uma das coisas que mais doeram foi a perda de alguns personagens que eu gostava bastante. Até mesmo uns que foram introduzidos nesse livro mesmo, eu senti. É incrível como, nesse ponto, a autora não teve medo de se arriscar, de falar mesmo “é uma guerra, pessoas vão morrer” e talvez exatamente por isso a segunda parte seja tão mais legal que a primeira. É como se a ação esteja 90% nessa.

O que eu não gostei muito mesmo foi... Do final. Quero dizer, é uma grande saga, então merecia um fechamento com chave de ouro, o que, pra mim, não aconteceu. Foi bonitinho e tudo, mas deixou pontas soltas demais. Além daquelas de sempre, que são boas, pois nos fazem continuar pensando no livro... Parece que alguns personagens importantes não tiveram uma conclusão tão boa quanto eu esperava. No entanto, ainda é um livro bom demais, cheio de cenas fortes, mas muito bem contadas e até mesmo com algumas passagens mais leves e divertidas.

“- Você está se preparando para mais uma guerra, Plutarch? – pergunto.
- Ah, não agora. Agora estamos naquele período tranqüilo onde todo mundo concorda que os nossos horrores recentes jamais deveriam se repetir. – diz ele. – Mas o pensamento em prol do coletivo normalmente possui vida curta. Somos seres volúveis e idiotas com uma péssima capacidade para lembrar das coisas e com uma enorme volúpia pela autodestruição. Mas quem sabe? De repente vai ser isso mesmo, Katniss.
- O quê? – pergunto.
- O nosso tempo atual. Pode ser que a gente esteja testemunhando a evolução da raça humana. Pense nisso.” (pág. 407)

Para quem é fã de Jogos Vorazes, é impossível ficar sem saber como nossos amados vão ficar, então é óbvio que vão ler. Pode não ser o melhor dos três, mas sem dúvida, ainda é um livro muito legal e bem feito e que eu gosto demais. Então, é óbvio, recomendadíssimo!

P. S. com spoiler: não falei disso na resenha, mas, pra quem já leu: alguém mais tava com uma vontade ainda maior que o normal de bater no Gale? Honestamente! E no final das contas, nem sabemos direito o que aconteceu de fato com ele. Bad move, Suzanne!

+ Favorito!
(5 estrelas - 10,0)


Autor(a): Suzanne Collins
Editora: Rocco
Ano: 2011 (Brasil) / 2010 (Original)
Páginas: 421 (Brasil) / 390 (Original)
Nome original: Mockinjay
Coleção: Jogos Vorazes (#3)

Um comentário:

  1. Estou louca para ler este livro. Li os dois anteriores e não vejo a hora de iniciar esta leitura. Eu vou confessar que queria A katniss com o Gale. Acho os dois muito mais parecidos que ela e o Peeta (de quem eu não gosto, diga-se de passagem ><)! Adorei a resenha e realmente não tem como não ficar sabendo que aconteceu depois de ler Em Chamas ^^'

    Beijos
    @PollyanaCampos
    entrelivrosepersonagens.blogspot.com

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