Normalmente, eu não dou atenção
aos comentários que os livros têm na capa ou contracapa. Quero dizer, eles são feitos para você comprá-los, e não
são necessariamente verdade. No entanto,
eu tenho que admitir – John Grishman estava totalmente certo quando disse que é
um belo romance com uma importante mensagem.
Eu nunca tinha lido nada do tipo – eu simplesmente não tenho a tendência
de ler livros com essa temática, como assuntos “mais sérios” e “mais reais” –
pus em parênteses de propósito, pois quando digo isso, não estou desmerecendo
os outros livros que falam de assuntos considerados mais leves, já que são,
justamente, os que mais gosto. De qualquer forma, o livro fala de assuntos mais diferentes do que estou acostumada,
como tráfico, política e a vida difícil que as pessoas são obrigadas a levar.
Tudo começa com três personagens fundamentais: Sita e Ahalya, duas irmãs indianas, e Thomas Clarke, um advogado
americano. Com três vidas que
aparentemente não têm nada em comum e nada que as liguem, começa a
história. Achei muito bom que o autor
vai revezando entre a vida das meninas e de Thomas, pois, desse modo,
conhecemos os três, sem ficar cansativo e sem enrolações. Lá na Índia, onde
elas moram, há um tsunami, e Sita e
Ahalya acabam perdendo todos os familiares e conhecidos. Procurando ajuda,
elas acabam se metendo numa rede de prostituição. Já Thomas está no meio de uma crise pessoal e, para “desanuviar”,
resolve ir para a Índia, trabalhar em uma ONG (claro que há uma mulher na
história do Thomas, HA! sua namorada
indiana, Priya, mas que foi para os
EUA jovem, está “brigada” com ele e a relação deles não está boa, ainda mais
por a família dela não aceitá-lo. Achei bom incluir isso, afinal, é fundamental
para a mudança de pensamento do Thomas).
E, assim, duas vidas que aparentemente jamais seriam unidas, são. Eu amo esse tipo de coisa, quando aos poucos o autor vai “costurando”
a história, e as coisas batem, informações com sentido. Nesse ponto, tenho
que dar os parabéns ao Corban Addison
por ter feito isso tão bem. Outra coisa que eu também gostei: o jeito que ele conta. Parece algo
realmente que alguém vivenciou, algo tão real.
Claro que eu sei que isso, infelizmente, ainda acontece, mas a maneira que é contada nos mostra como,
realmente o Addison teve um trabalho e correu atrás das informações certas
(e é bom demais quando isso acontece!).
Os personagens também são muito bem-feitos. Thomas me lembrou um pouco de Ben, de “Um mundo brilhante”, mas há
uma grande diferença dos dois: o modo como Thomas resolveu lidar com a
situação, como cresceu como pessoa
durante a história. E, ok, eu torci para que ele e Priya ficassem juntos. Os dois como casal era uma
coisa fofa, mesmo que ele tenha feito todas as burradas que fez. Além dos
dois, temos as irmãs: Ahalya, que é
um amor e, dando um belo exemplo de irmã mais velha, protege Sita muito bem. Achei linda a interação entre as duas e como superaram tanta coisa
juntas. Sita também mudou muito durante
a história, assim como Thomas. No começo, ela era apenas uma criança, mas,
diante das horríveis situações que foi colocada, foi obrigada a amadurecer. E, não vou mentir, esse crescimento foi bom.
O livro, que poderia ser bem chatinho
e sem graça, acabou ganhando por seus personagens e pela maneira que o autor
nos contou como tudo aconteceu.
Mostra uma mensagem que, sem dúvida, todos nós devemos ouvir – ao mim, ao
menos, foi essa –: apesar de tudo
parecer estar errado, ruim, sempre tenha fé que vai melhorar. Além disso, seja
forte e faça algo para que essa
mudança ocorra. Indico, sem dúvida.
+ Favorito!
Nossa, o livro realmente te agradou.
ResponderExcluirEu não li mas achei o tema bem interessante.
Beijinhos,
Thais Priscilla
http://thaypriscilla.blogspot.com