Três mulheres. Três vidas completamente diferentes. Uma delicada
conexão.
Viva para contar é um livro diferente, um suspense diferente. Ele começa nos contando a vida de três mulheres, D. D. Warren, uma policial sarcástica, meio mal-humorada e sem sorte com homens; Danielle, uma enfermeira que há muitos anos atrás, teve toda a sua família assassinada pelo próprio pai e, desde então, tenta recolher os pedaços. Ela trabalha num clínica de psiquiatria infantil, enfrentando situações difíceis todos os dias. E, por fim, Victoria, uma mãe dedicada, boa e atenciosa. E o suspense começa quando uma família é novamente assassinada por completo, lembrando a polícia do caso de anos atrás, de Danielle.
“É meio parecido com uma contagem regressiva,
exceto pelo fato de que você nunca chega ao fim. Cada dia é tão ruim quanto o
anterior. Você simplesmente começa a aceitar que a vida é assim mesmo, ruim de
uma forma geral.” (pág. 8)
O suspense é muito bem contado, cheio de reviravoltas, suspeitos
que na verdade não possuem culpa e crianças que, apesar de tão pequenas, já são
problemáticas. Lisa escolheu um assunto muito difícil de escrever, crianças
psicóticas. É tão difícil falar disso porque na verdade nem os próprios médicos sabem ao certo por
que isso acontece. Por que uma criança é tão adorável e fofa num momento e,
no seguinte, está com uma faca perseguindo a mãe pela faca, ameaçando mata-la?
Ninguém entende ao certo. Me arrepiei
lendo esse livro porque era algo tão... Duro, mas verdadeiro. Eu
simplesmente ficava sofrendo, tanto pela família, quanto pela criança. Victoria, que é mãe de uma dessas
crianças, Evan, nos mantém ligados a como é a vida de uma pessoa nessas condições.
E é algo sofrível, que ninguém deveria passar. Ninguém. Principalmente uma mãe
tão amável quanto a Victoria.
Danielle também é um grande enigma, até mesmo para si. “Por que meu
pai não me matou?” é a grande pergunta da sua vida e, por mais que finja ser
normal, em alguns momentos é impossível não voltar a esses pensamentos. Ela tenta ser alguém comum, mas está
marcada para sempre. Eu gostei dela, mesmo assim, mesmo sendo alguém tão
fora da minha realidade. E temos por fim, nossa protagonista, D. D. Warren. Curiosamente, foi a que menos gostei. Eu a achei
meio arrogante, metida a besta... Não foi com a minha cara. Claro que não há
dúvida que ela deve ser muito boa como policial, mas, sendo que a série é dela,
isso foi um pouco decepcionante, essa
falta de empatia pela protagonista.
“- Dificuldade para resolver problemas de
maneira satisfatória. Essa é a definição de um assassino. Um homem quer o
divórcio, mas não quer perder metade de seu patrimônio. Assim, ele decide matar
a esposa. Ele precisava matá-la? Haveria outras opções que poderiam resultar no
fim do seu casamento e na preservação da sua conta bancária? É claro que sim.
Mas assassinos não conseguem enxergar outras opções. É por isso que são
assassinos.” (pág. 472)
Num geral, o livro é muito bom. A narração vai variando entre as três mulheres, o que é muito bom,
pois com isso entramos nos três mundos
– que são tão diferentes! Os que mais gostei foram o da Victoria e da Danielle,
apesar que era legal ver as cenas dos crimes que D. D. era responsável. Tem
até um pouco de romance no livro (que achei regular, nada de mais) e uns comentários sarcásticos da D. D. que me
fizeram ter mais fé nela como protagonista, porque penso que, em outras
situações, ela deve ser mais legal.
Esse livro me surpreendeu muito, justamente por eu não saber ao certo o assunto que ele iria falar. Mas o modo de escrever da Lisa é bom, porque eu realmente fiquei curiosa em saber quem era o assassino (gostei da resolução, mas só fui desconfiar dessa pessoa bem perto da descoberta #soulerda) e, uma das coisas que mais amo, eu gostava de ler o livro. Então, pra quem curte um bom suspense, Viva para contar não vai te deixar na mão.
(Quatro estrelas - 9,0)
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Editora: Novo Conceito
Ano: 2012 (Brasil) - 2010 (Original)
Páginas: 479 (Brasil) - 400 (Original)
Nome original: Live to Tell
Coleção: Detetive D. D. Warren, #4
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Confesso que não conheçia a autora, mas gostei do livro. Gosto de livros com essa temática, assasinato ou não, suspense e cheio de misterios. E ainda é nacional né.
ResponderExcluirGostei da resenha, já tinha escutado falar muito bem deste livro.
ResponderExcluirBeijos
Eu até tinha me interessado quando ele foi lançado, mas o interesse foi diminuindo com o tempo, outros livros foram aparecendo e, no fim, acabou-se. Mas parece ser uma grande história e bem escrita.
ResponderExcluirOi Kelry!
ResponderExcluirO livro é bem legal mesmo, mas a autora é americana hahaha :)
Rs, vi ano 2012 Brasil e já pensei logo. Que mico.
ResponderExcluirEu amei esse livro, achei incrível! Gosto bastante de romance policial bem bolado ao estilo Agatha Christie. Ao contrário de você, a D.D. foi a personagem que eu mais gostei.
ResponderExcluirA sua é uma das primeiras resenhas que leio falando bem deste livro, ler sua resenha me animou. Espero ter a oportunidade de ler o livro!
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