Quando eu vi esse livro, eu imediatamente pensei: “Hum, que diferente. Não costumo ler nada disso, então sim, vou ler!!!”. Não esperava nada extremamente bom, mas que a sinopse era inusitada, era até demais. J. Kent Messum nos entrega a história de seis dependentes de heroína, que acordam em uma ilha deserta, com pouco mais que um baú com um único envelope e muita água ao redor. E, claro, a horas de sentir a abstinência batendo na porta.
Iscas começa assim, sem muita explicação, mas nos deixando com muitas perguntas. Quem são essas pessoas? Por que elas foram escolhidas? Quem as escolheu? Qual o objetivo disso tudo? Como foram parar aí? Tudo isso ajuda a criar um clima de suspense misturado com um gostinho de terror pelo o que pode acontecer com cada um desses seis personagens, que de repente se veem num jogo de vida ou morte, onde na verdade, não há muitas escolhas a serem feitas, se quiserem sobreviver.
Aos poucos nós vamos conhecendo as peças que montam um quebra-cabeça macabro sobre quem está por trás desses sequestros, assim como vamos sabendo mais informações sobre quase cada um dos dependentes. Uma coisa que o autor soube criar como ninguém foi, além do clima constante de mistério, a sensação de que todos aqueles seis eram verdadeiros condenados, cuja sobrevivência era altamente duvidosa.
Apesar da história se passar em poucos dias e eu não ter me apegado ao extremo por qualquer um dos personagens, é impossível não sentir o medo que exalava deles e um pouco de compaixão pelo seu destino incerto. Cada etapa que se passava era o momento mais tenso e emocionante do livro, onde eu só podia continuar lendo e meio que esperando algum desastre acontecer – como se não tivesse outro jeito de sair daquela situação, algo realmente agonizante.
Iscas segue a risca o significado de seu nome: os personagens são considerados, acima de tudo, iscas para os outros, não seres humanos de fato. São casos perdidos para quem quer que esteja por trás dessa organização louca. Messum se revelou um autor surpreendentemente bom no suspense, e fico curiosa para saber o que mais ele trará para nós. Não é um livro perfeito, mas para quem curte um suspense com pitadas de terror, funciona muito bem, com um final deliciosamente combinando com o restante do livro.
4 pacotinhos com pó branco
Editora: Record
Ano: 2015
Páginas: 320
Nome original: Bait
Coleção: -
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