Eu adoro, de verdade, a maioria
das histórias narradas por menino – vide Percy Jackson, uma das
séries que mais amo e é narrado pelo Percy, um personagem muito bem-construído
e White Cat, o primeiro da série Curse Workers, narrado pelo Cassel, um
cara muito inteligente e com um poder muito grande na mão. Então, quando vi que esse livro seria narrado por
um menino, logo me animei – afinal, sendo
escrito por dois caras jovens, as chances de sair alguma coisa interessante
eram grandes.
“Não acreditei. Como assim
um sinal divino? Hã? Como assim? Qualquer coisa que viesse a ser um sinal era
mera questão de interpretação. Não era justo, por que fazer aquilo comigo? Eu
não merecia. E quanto tempo ia demorar até eu receber um sinal? Para mim, o
maior sinal é o que sentimos e não existe prova maior de que a vontade de ficar
junto e fazer o parceiro feliz.” (pág. 23)
Não posso dizer que o livro é de todo ruim – ele é simplesmente regular. Um regular bom para passar o tempo,
por assim dizer. A história conta a vida
do protagonista (que até agora não descobri o nome, falando sério.
Procurei, mas não achei! Por favor, me digam qual é!), um cara da classe
média/alta de São Paulo, se não me engano. Ele é um daqueles “garanhões”, mas
sem ser exatamente isso – ele acaba se
envolvendo com várias garotas, por ser, de fato, bonito, mas acaba não se conectando de verdade com
nenhuma delas, o que acaba machucando algumas. Porém, tudo muda quando ele conhece Juliana, uma menina um pouco mais nova
que ele, mas que o encanta demais. É então que vemos o “vai-e-vem” desse namoro, além de um pouco de sua vida antes de
conhecê-la.
“– Tem vários motivos
para você não ficar com ela.
– Enquanto existir um
motivo para ficar com ela, prefiro apostar nesse motivo – disse, provocando o
silêncio. Luciano demorou a responder.
– Você viu isso em um
filme?
– Não, mas foi legal o
que eu disse, não é? – estava analisando a minha fala em silêncio também. –
Soou legal!
– Você viu isso em um
filme, seu gay! Eu já ouvi isso em algum lugar.
– Juro que não. É que
mentes românticas pensam igual – disse, provocando um novo silêncio. Luciano
olhou para mim.
– Nossa! Como você é gay! – disse ele, levando as mãos ao rosto.
– Gay não! Romântico. É diferente.” (pág. 72)
Como eu disse, o livro não é desagradável, mas está longe de ser
perfeito (o que é perfeitamente ok). Apesar
de eu não ter muitas expectativas, eu tinha algumas, principalmente em relação
à narração, que não se cumpriram completamente. O protagonista é um cara que
até agora não sei se gosto ou não – acho que se eu o conhecesse antes da
“era Juliana”, teria odiado e, se o conhecesse depois, provavelmente também não
teria gostado muito, visto que o namoro
deles era meio que... Meloso. Da parte dele, pelo menos (hum, eu já
comentei que eu não gosto de romance melado?).
“– (...) Por que você
acha que Ele faz isso? Por que algumas pessoas são tão felizes e outras sofrem
tanto? Tem tantas pessoas que não merecem sofrer e sofrem, tem gente que não
merece ser feliz e é. Por que Ele permite que nós gostemos de pessoas as quais
não gostam de nós? Por que algumas crianças nascem em famílias ricas de países
de primeiro mundo e outras nascem na miséria da África?” (pág. 141)
Os personagens secundários são até que bem-feitos, algumas histórias até
acabam por nos prender, mas, num geral, o
livro não tem aquele “clique” que te faz gostar de verdade dele, mesmo que só
por apenas algumas páginas. E isso
fez falta! Essa vontade de continuar, de descobrir como a história ia
acabar. Até que no final as coisas
melhoram, porque acabei ficando curiosa em saber como as coisas acabariam –
e me decepcionando um pouco. Darei um desconto porque os autores não são experimentes, é o primeiro livro deles e eles não
tinham grande experiência com a escrita, já que um escrevia num blog
(estilo diário) e o outro gosta da parte tecnológica, não muito ligada (essa
pelo menos) à escrever. Não achei muitos
erros, pelo que lembro, mas havia alguns, que dava para passar batido e não
comprometiam a história.
“– Você é muito gay, para! Que retardado! Nossa! Como você pode ser tão imbecil? Seu gay!
– Gay? Eu beijei você – dizia cada vez coisas menos delicadas.
– Como você é baixo.
– Somos dois, pois você
tem a minha altura – já que estava irritado o suficiente para não ser mais
racional.
– Era para eu dar
risada?” (pág. 249)
Acho que a idéia deles foi bem
legal, mostrar como um garoto
se sente quando se apaixona de verdade, mas
o desenvolvimento ficou no meio do caminho – pra começar, eu acabei não
acreditando que os meninos ficam assim, todos melosinhos, quando amam. E se
esse era o intuito do livro, ele falhou comigo. Enfim, a história tem algumas
passagens bem bonitinhas, mas não sei explicar direito, mas uma coisa que estranhei foi a narração – não sei o que foi, mas
acho que por serem frases curtas, diretas e simples, ficou, em alguns momentos,
meio metódico.
“– E o que você ganha
com isso? Acha que ela vai querer voltar com você?
– Sinceramente, acho
que não. Sinto mais como se esse livro fosse um ‘direito de resposta’, tem
muita coisa que eu queria ter dito a ela e ela não me deu a chance. Mas o que
eu quero mesmo é trazê-la de volta para minha vida, o que também acho difícil.
Ainda não conheci ex-namorados que se tornaram amigos. Às vezes, a gente tem
que abrir mão de certas coisas para ter outras. Só porque eu não posso ter
tudo, não significa que eu não queira nada. Quer dizer, eu vou continuar
sentindo falta dos beijos, mas pelo vou ter os abraços. Não vou ouvir a voz
dela dizer ‘eu te amo’, mas, pelo menos, vou ouvir a voz dela.” (pág. 335)
De qualquer maneira, eu não sei
se o recomendaria a vocês, sendo completamente honesta. Se você gosta de
romance, uma narrativa meio diferente e uma proposta bem interessante, talvez
acabe se interessando – mas não é garantia. Leiam, para tirar a dúvida!
P.S.: Ok, eu tenho que fazer uma observação importante aqui: o que esse
livro tem contra gays? Sério, vinha
uma briga e bum!, alguém dizendo
“nossa, como você é gay” só porque o protagonista quer mostrar os
sentimentos; sei que ser meloso é chato, mas o que isso tem a ver com gays? Na boa, não entendo. E, aliás,
se isso fosse o significado de ser gay,
o que o Ted Mosby, de How I Met Your
Mother, seria?!
P.S.: Eu li uma resenha dizendo que o
protagonista parecia uma versão masculina da Bella Swan – e eu tenho que dizer,
faz sentido!
Oie...
ResponderExcluirTudo bom?
Poxa que pena que não curtiu tanto assim o livro... =/ Nunca li então não posso comentar...
Adorei seu blog... Já estou seguindo...
Depois dá uma passadinha no meu para conhecer... Relíquias da Lylu =D
http://reliquiasdalylu.blogspot.com.br
Bueno eu quero muito ler, tem muitas resenhas positivas e tbm negativas, acho que varia do gosto de cada um, ou simplesmente nao gostamos da historia mesmo ehuehue....
ResponderExcluirIsa!
ResponderExcluirConcordo com você, o livro não é um best sellers, mas nos faz rir e também aprender um pouco mais sobre a natureza masculina da classe média.
Parabéns pela resenha.
cheirinhos
Rudy
já tinha lindo outras resenhas desse livro e vi mesmo que não é nada que se diga: Nossa que ótimo livro.
ResponderExcluirSerio que não fala o nome do personagem? D: