Eu já tinha lido um livro
da Jenny, O verão que mudou a minha vida (resenha),
mas, como não tinha gostado muito, não guardei muitas expectativas para Shug.
E não é que o livro me
surpreendeu pela sua fofura e simplicidade? Sim, o livro conta o dia-a-dia de
uma menina normal, mas ao mesmo tempo, quando a conhecemos melhor, vemos que
nada é tão simples ou normal assim. Além dela, os outros personagens que vão
soltando suas camadas e, com isso, certas impressões que tínhamos viram apenas
isso: impressões, sem significado.
“Some girls are pretty, and it’s like they were destined for it.
They were meant to be pretty, and as for the rest of us, well, we get to exist
on the outer edges of life. It’s like mouths. They’re the same as butterflies,
aren’t they? They’re just gray. They can’t help being gray, they just are. But
butterflies, they’re a million diferente colors, yellow and emerald and
cerulean blue. They’re pretty. Who’d dare kill a butterfly? I don’t know of a
single soul who’d lift a finger against a butterfly. But most anybody would
swat at a moth like it was nothing, and all because it isn’t pretty. Doesn’t
seem fair, not at all.” (pág. 12)
Shug é uma menina de doze
anos, alta para a idade, com várias sardas, sem peito, bem longe do que ela
gostaria de ser e do que crê que os meninos gostam. Ao contrário dela, temos
sua irmã mais velha, Celia, que está prestes a ir para a faculdade, e sua mãe,
que, segundo a própria Shug, possuem uma elegância e beleza natural que ela
simplesmente não tem. Também há o pai de Shug, um executivo que quase nunca
está em casa, por isso nem vê direito as filhas crescerem, deixando a tarefa
com a mãe de Shug, que tem uma tendência a apelar para o álcool.
“There is just something disarming about good-looking people. They
make you feel all fluttery and nervous, and you hardly know where to look.” (pág. 34)
E olha, é impossível não
acabar gostando, mesmo que um tiquinho só, de Shug. Não sei vocês, mas eu
também nunca fui uma pessoa extrovertida, ou bonita, ou simplesmente elegante.
Era simplesmente normal, e eu queria mais do que aquilo, então eu entendi bem o
que Shug passa no livro. Pra ajudar isso, ela começa a gostar do melhor amigo,
Mark, que não retribui. Além disso, ela tem que aturar Jack, um menino
irritante, mas que no fundo, é alguém simplesmente bagunçado, com uma família
esquisita como a dela própria.
Jenny Han me surpreendeu
muito com a escrita nesse ponto. Narrado pela protagonista, é mesmo como se
houvesse uma garota de doze anos nos contando uma história, sem no entanto soar
idiota ou infantil demais. E o mais legal é que Jenny não ficou apenas no
básico, o que seria apenas o romancezinho do livro, e sim procurou se
aprofundar no que era realmente problemático, como os vários problemas da casa
de Shug que, por mais que fossem escondidos, ainda existiam.
“It’s a sad thing to feel sorry for an adult. There’s something
wrong about it; you’re not supposed to feel sorry for the people who take care
of you. They’re supposed to be older and wiser.” (pág. 114)
Shug
é um livro simples. É fofo. Mas te toca de uma maneira diferente. De um jeito
que faz você suspirar e pensar em como você era com 12 anos, mesmo que tenha
sido pouco tempo atrás. Além disso, a família é um assunto muito falado no
livro, então é impossível não parar um pouco e pensar nela também. É um livro bonitinho, com
um toque a mais, o que torna ainda mais válido a sua leitura.
Editora: Simon & Schuster
Ano: 2006 (original)
Páginas: 248 (original)
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