[Resenha] A casa das orquídeas, de Lucinda Riley


Uma bela história, romântica como todos nós já sonhamos em ter. E, claro, com algumas tragédias, porque não há romance sem perdas. A casa das orquídeas se trata de, acima de tudo, uma história de amor trágica. E, no entanto, não dá pra apontar culpados exatos. Nós conhecemos um pouco de cada um dos personagens, sejam os do presente ou os do passado, vemos seus comportamentos e, por fim, as consequências de tudo isso.

Tudo começa quando Julia Forrester, uma talentosa pianista, perde o marido e o filho numa tacada só. Completamente arrasada, ela volta a morar perto da família, na Inglaterra, e acaba descobrindo que Wharton Park, uma propriedade onde seu avô trabalhava e ela passou a infância, estava sendo vendida. WP é quase como uma personagem nessa história, sendo a causa de muitos desentendimentos e, ao mesmo tempo, encontros. Até mesmo os personagens admitem que WP sempre faz seus antigos moradores voltarem, mesmo que contra a vontade. Julia acaba descobrindo um diário e, querendo entender a história que lá é contada, procura a avó, que então lhe conta a história do último herdeiro de WP, Harry.

Eu não quero soltar muitas informações, porque esse livro é recheado de acontecimentos surpreendentes e tenho medo de falar coisas demais. Por isso, me aterei às minhas opiniões mais gerais. Eu gostei bastante do livro, apesar de ele não ser muito do meu estilo – porque não gosto de romances muito melosos –, a história é muito gostosa de ler, além de bem criativa. Na verdade, o livro não é daqueles que você lê rápido, você realmente o lê num ritmo mais lento (eu, pelo menos), para ir digerindo os acontecimentos, que são vários e se passam em várias épocas, o que pode ficar meio confuso em alguns momentos, mas que para mim, funcionou muito bem e deu um toque especial à história.

Os personagens são bacanas, a protagonista, Julia, é uma moça muito talentosa, corajosa, mas que ficou muito abalada pela tragédia. Com isso, eu a achei no começo da história meio lenta, sem motivação, o que vemos que muda conforme a história se desdobra. Fica muito na cara como ela cresceu, como se descobriu e descobriu como lidar com a grande perda que sofreu. Uma personagem que eu adorei foi a avó da Julia, Elsie, que é uma senhora que, apesar de já idosa, ainda é bem ativa e completamente lúcida. Além disso, é ela quem conta a história, de uma forma especial.

Porém, o que eu mais gostei foi que, por ter a história ter várias fases – ela se passa em vários lugares e épocas –, minha opinião foi mudando conforme as coisas aconteciam. Se, por exemplo, eu achava que uma coisa se resolveria de uma forma, alguns capítulos depois eu torcia para que acontecesse outra coisa. Isso mostra como até mesmo nós somos volúveis, mudamos de opinião. E, nessa história, isso é uma questão bem importante. Pessoas que sempre acreditaram em algo, que acharam que algo sempre seria de uma forma, acabam sofrendo mudanças e se transformando em outras pessoas completamente diferentes.

Claro que, conhecendo o presente, sabemos que as coisas não deram certo no passado totalmente, mas, mesmo assim, me peguei torcendo para que, de alguma forma, as coisas se resolvessem. Não só eu, mas os personagens também sentiam vontade de mudar o que aconteceu tanto tempo atrás. Eu pensei que ficaria insatisfeita, portanto, com o fechamento da história, mas a solução feita pela Lucinda foi inteligente e eu curti.

É uma história de amor, como disse no começo da resenha, mas também é uma história sobre sacrifícios, não só relacionados com o amor. Nem sempre a vida é feliz, nem sempre você fica com quem você ama, mas nem por isso tudo é terrível. Exatamente como na vida real, nós sempre temos ganhos e perdas, tornando o livro próximo da realidade e uma bela história para se ler.
  
(Quatro estrelas)


Autor(a): Lucinda Riley
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012 (Brasil) -  2010 (Original)
Páginas: 560 (Brasil) -  449 (Original)
Nome original: The Orchid House
Coleção: -

2 comentários:

  1. Eu já li o livro e adorei como a autora conseguiu intercalar as duas estórias. Eu também fiquei morrendo de vontade de mudar o passado.
    Gostei muito desse livro e espero conseguir ler outros da autora.

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