[Resenha] Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida


Não é costumeiro vocês me verem resenhando livros clássicos – talvez porque eu não sou fã deles, talvez porque simplesmente acho que eles passam essa aura de “leitura obrigatória” (graças ao vestibular), que eu odeio e que faz com que a leitura não flua tão bem quanto eu gostaria. E, claro, tem a terceira opção: os que eu li, apesar de não serem ruins, não eram livros que me fizeram pensar “nossa, certamente os clássicos brasileiros não são tão ruins assim!”, porque, geralmente, eles são simplesmente ok (eu sei que tem muita gente que curte esses livros, não estou criticando, estou apenas deixando minha opinião sobre eles).

Então, é. Eu li Memórias de um Sargento de Milícias porque tinha uma prova importante de português sobre ele (que, aliás, eu tirei 9,5). Eu não tinha curtido muito outro clássico que li para a prova, Amor de Perdição, por isso não estava muito animada para ler esse. Porém, os dois não têm nada em comum (tirando o fato de serem clássicos)!

Memórias é muito mais puxado para a ironia e a comédia, enquanto o outro, para a tragédia. A história é basicamente sobre as peripécias de Leonardo, um jovem incrivelmente encrenqueiro, que vive se metendo em confusões com a polícia, com a família, com os compadres... Seu pai foi embora de casa, após uma forte discussão com a mãe, que também acabou fugindo com o amante. Por sorte, D. Maria, uma senhora rica, meio que o adora, e o trata como filho, sempre tentando tirá-lo das encrencas.

O livro tem um começo um pouco chato, porque ele mostra os pais de Leonardo, sua relação, uma coisa que, apesar de ser necessária, não é lá muito interessante. Quando, finalmente, ele vai viver com o padrinho, um barbeiro, as coisas começam a ficar interessantes. A narrativa é bem irônica e me deixou curiosa com a história. Temos até um pouco de romance, quando D. Maria “adota” uma moça, Luizinha, que acaba sendo o primeiro amor de Leonardo. Até torci pelos dois acabarem juntos (vivos, hahaha), o que mostra que o livro acaba nos entretendo.

Achei bem legal a forma que o autor contou sobre as encrencas que o Leonardo se metia, porque eram, na sua maioria, aventuras que, mais do que “perigosas”, eram engraçadas – e sempre acabavam de uma maneira inusitada. O protagonista se mete em confusões até mesmo quando começa a andar com a “patrulha” da cidade! Aliás, Leonardo é alguém que é um pouco atrevido, encrenqueiro, mas que também é bem desastrado, não sabe lidar bem com algumas coisas, o que resulta em várias cenas divertidas.

Num geral, eu curti o livro. Ele, sem dúvidas, me deixou uma experiência melhor que o anterior! Sem contar que a linguagem é fácil, popular, já que a história em si é popular, que tem como personagens pessoas comuns, comerciantes, empregadas, etc. Na verdade, apesar de ser bem curto, é na medida certa, porque não possui muita enrolação, repetições de acontecimentos, história não se modificando.

É um clássico que conta sobre a vida do povo daquela época, o que, pra mim, foi bem legal. Sem dúvida, não me conquistou pra caramba, não me fez ler que nem louca, mas é uma leitura que pode ser prazerosa. É só uma questão de saber aproveitar as coisas boas do livro e curtir a “viagem”.

(Três estrelas - 8,5)


Autor(a): Manuel Antonio de Almeida
Editora: Ática
Ano: 1989 (16ª edição)
Páginas: 135 (Brasil)
Nome original: -
Coleção: -

4 comentários:

  1. Esse livro é um clássico, que os professores exigem que nós alunos tenha de cor rsrs

    Mas nunca li

    http://enfimshakespeare.blogspot.com.br/

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  2. eu passei o colegial e o vestibular sem ler esse livro kkk não sei não consigo me interessar, mesmo com a sua resenha super pra cima não vai, não tenho interesse nenhum por ele.

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  3. Tem um selinho pra você no meu blog http://meu-pequeno-livro.blogspot.com.br/search/label/Selinhos

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  4. Li esse livro ha muito tempo atrás, e quando li achei divertido até heuehu =D
    Boa dica garota!

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