Imagina um livro que possui grandes
expectativas. Agora
dobra o resultado e eleva ao quadrado. Você achou a minha expectativa com Perdida. Afinal, eu só ouvia
elogios e a proposta tinha o que eu mais
amava, viagens no tempo (o tema “viagens” num geral é um ponto fraco meu).
Além disso,
era escrito por uma autora brasileríssima, a querida Carina Rissi (que autografou o meu exemplar!!! Cara, como sou feliz
por isso!) e se passava em solo brasileiro também.
A história é sobre Sofia, uma menina
do século XXI, adepta às modernidades
e que não sobrevive sem as tecnologias. Uma noite, quando sai com a melhor
amiga, Nina, e o noivo dela, Rafa, para comemorar o recém-noivado
dos dois, Sofia exagera um pouco na
bebida e, ao ir ao banheiro, acaba derrubando o amado celular na privada
(momento eca!). Com isso, ela acaba tendo que comprar outro. No dia seguinte,
após entrar numa loja curiosa e bem diferente, com uma vendedora muito
estranha, Sofia acaba levando um celular
aparentemente normal... Isto é, até ela ligá-lo e ser transportado para o
século XIX, sem mais nem menos. Lá, ela acaba conhecendo a família Clarke e, mais intimamente, Ian.
“E, sendo totalmente honesta, eu gostava um pouco dele. Ian era um
cara bacana. Mesmo sendo um cara do século dezenove que pensava que eu estava
tendo um caso com um homem casado.” (pág.
100)
Imaginem um livro engraçado, com uma
protagonista hilária, sem papas na língua e nem um pouco habituada com uma vida
sem tecnologia? É
isso aí! Sofia é uma protagonista do
jeitinho que eu gosto, com personalidade, engraçada, irônica, mas o mais
engraçado é mesmo sua “adaptação” à
época que acaba tendo que viver, muito diferente do que está acostumada.
Outro personagem que conquista é o Ian
Clarke. Pra começar
que com esse nome, eu só consigo lembrar do Ian Somerhalder (sério. Impossível
lembrar outra pessoa! Haha) e, pra terminar, como não suspirar por esse cara? Faz a gente até sentir saudade daquela
época que nem viveu, quando os homens eram bem mais cavalheiros (em
compensação, as mulheres não podiam fazer nada...). Eu adorei mesmo a forma
como foi desenvolvida o relacionamento deles, porque era uma coisa complicada,
tudo estava contra eles, o que fazia com que nada parecesse que ia dar certo,
mas eles conseguiam.
“Era tão surreal! Eu tinha a impressão que, a qualquer momento, o
Senhor Darcy em pessoa sairia de alguma daquelas portas de madeira acompanhando
Lizzy Bennet.” (pág. 108)
Os
coadjuvantes, em grande parte os criados da propriedade da família Clarke, também foram muito bem escritos, garantindo os
momentos mais descontraídos, mas, mesmo assim, muito legais. Uma das coisas que me deixou com a pulga
atrás da orelha foi o fato de não terem escravos na fazenda. Mas acaba que a
própria autora se explica, na nota do autor, dizendo que, por ser um
período muito terrível da nossa história, ela preferiu omiti-lo, pelo menos no
livro. Creio que, por ser um chick-lit,
isso é compreensível, mas ao mesmo tempo, não posso deixar de pensar em
todo um plano de fundo que poderia ser criado com isso. Por exemplo, talvez
nessa fazenda em específico não tivesse escravos, mas e se tivesse outra nas
proximidades com isso? Seria legal uma abordagem disso.
Mas o que me
incomodou e me impediu de dar 5 estrelas foi que, apesar de Sofia/Ian ser um dos casais mais fofos de todos os tempos,
eles também chegavam a ser melosos pra caramba. Às vezes eu ficava meio
“Ok, isso é meloso demais pra mim!”, porque eu não sou fã de um romance assim.
De qualquer forma, eu curti o casal, porque eles têm uma química muito natural.
A conclusão da história não deixou a
desejar, apesar de eu ter imaginado algo diferente, mais louco. Mesmo sendo
algo meio “maluco”, o contexto no qual
aconteceu fez com que tudo fizesse sentido. Como li numa resenha no skoob
(da Tânia Gonzales), “a história que a Carina
criou é surreal, mas foi muito bom viajar com a Sofia”.
“- Você me diz do que gosta e eu te ajudo. De repente, você encontra
alguém que gosta de verdade e acaba sendo muito mais feliz do que imaginava ser
possível.
Ele ficou ainda mais triste.
- Mas eu já encontrei, senhorita.
- Já?
- Sim. Mas não pode dar certo. – seu rosto desolado.
- E por que não? – murmurei, ainda assim, minha voz tremeu.
- Porque ela não pode ficar. – e me lançou um sorriso triste.” (pág. 196)
Perdida
é um chick-lit divertido, engraçado e que vai te relembrar de como o amor é uma
coisa fundamental na nossa vida.
Não precisa ser de namorado, mas ser amado e amar é uma coisa muito boa – e
necessária.
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