Eu
nunca tinha lido nada do Machado de Assis até hoje (sim, é um fato vergonhoso),
mas, já que eu estou no último ano do colegial e esse livro está na lista de
leituras obrigatórias das grandes universidades de São Paulo, eu acabei tendo
que ler.
Para
quem não sabe, esse livro foi bem inovador na época em que foi lançado,
inclusive inaugurou uma nova escola literária no Brasil, o Realismo. Mesmo
agora, eu posso dizer que foi uma escolha bem diferente e interessante do
Machado de Assis de narrar as memórias de alguém após sua morte.
Brás
Cubas, em capítulos curtos e com títulos bem sugestivos, vai aos poucos não só
contando sobre sua vida (as “memórias”), mas também refletindo, comentando sobre
diversos assuntos e mostrando como a vida era antes de bater as botas. Ele
passa o livro todo fugindo do foco, dando as típicas digressões (oi, Viagens na minha terra!), mas possui o
seu encanto na maneira como conta suas memórias.
Não
é um livro com uma linguagem fácil, em grande parte porque Cubas pesa a mão nas
referências a mil e um autores/acontecimentos/fatos que nos dias de hoje não
são tão conhecidos, sendo bem úteis as notas de rodapé, mas também nem de longe
é uma das narrativas mais “arcaicas” que já li.
O
mais interessante é pensar como Brás Cubas viveu tanto tempo sem, no entanto,
acabar se comprometendo com algo de fato. Nunca teve filhos, esposa, em grande parte porque nunca foi alguém fácil de lidar. Mas mesmo
assim, conhecemos as pessoas por quem ele acabou se apegando, vemos o
julgamento pelos seus olhos, conhecemos as coisas conforme ele pensava. É
difícil formar um julgamento sobre o próprio Brás Cubas, e pra mim esse nem é o
objetivo do livro, e sim ver a crítica à sociedade num geral que Machado de
Assis faz no livro todo.
Foi
uma boa experiência? É, posso dizer tranquilamente que sim. Quero ler mais livros desse autor
brasileiro tão importante (principalmente Dom
Casmurro, ou
aquele-livro-que-todos-nós-já-ouvimos-falar-alguma-vez-na-vida) na literatura
brasileira, mas sem pressa ou pressão. Se você já leu o livro, aproveite e
comente se você concorda comigo!
Editora: Ática
Ano: 1985
Páginas: 144
Nome original: -
Coleção: -
Não li tanta coisa assim do "Machadão", apenas alguns contos e Dom Casmurro, livro pelo qual sou apaixonada até hoje. Não li Memórias Póstumas - lembro que na época que tive que ler para o colégio, eu simplesmente busquei um resumo =/ -, mas assisti a uma montagem teatral e gostei tanto que prometi a mim mesma ler o livro. E de lá para cá se passaram mais de dez anos e ainda não o li... Mas pretendo um dia...
ResponderExcluirBeijos, Livro Lab
Eu li vários livros do Brás Cubas. Meus professores sempre fazia ler e apresentar lá na frente. Eu odiava quando li Memórias Póstumas de Brás Cubas, me sentia obrigada. Mas com o tempo comecei a gostar, principalmente quando li Dom Casmurro, tenho até um livro. Sua resenha ficou muito boa!!
ResponderExcluirBeijinhos
www.dosedeilusao.com
Olá, Isabella
ResponderExcluirTudo bem?
Nossa, que vergonha kk nunca li nada assim, agora que me dei conta. Acho que não faz o meu gênero.. Mas eu daria uma chance sim, parece ser legal!
Beijos*-*
Território das Garotas