Comecei a ler esse livro sem grandes
pretensões, só com uma curiosidade de saber qual seria a história, porque a
capa original e o título eram simplesmente fofos demais para ignorar. Quando
vi, eu já tinha lido uns 30% do livro, numa sentada só. Ajudou um pouco o fato
do livro se passar na época das festas de final de ano, e eu sou bem apaixonada
por essa temática (sou bem natalina, sim).
E qual é a história a ser contada?
Aqui temos dois personagens centrais: Dash e Lily (obviamente). Cada capítulo,
de maneira intercalada, é narrado em primeira pessoa por um deles. Assim,
conseguimos entrar na mente dos dois e ficar em contato com seus medos, desejos
e problemas.
Dash é um cara com uma vida familiar
pra lá de complicado, com pais divorciados e distantes. Para ajudar, ele odeia
essa época natalina e todos os clichês que vêm com ela. Como eu já comentei, eu
sou quase o oposto dele: adoro as comemorações, adoro embrulhar presentes e
arrumar a casa para ficar cheia de luzinhas. A atitude dele, principalmente no
começo do livro, era extremamente blasé,
e não só em relação ao Natal. A qualquer coisa que fosse clichê, ou mainstream,
tínhamos Dash fazendo um comentário sarcástico e depreciativo. Isso foi um
ponto meio negativo para mim, não só porque eu gosto de natal, mas porque a
primeira impressão que tive dele foi que era uma pessoa que, naturalmente, se
achava melhor que os outros. Com todas as suas manias e seus gostos indies, Dash é o kit completo, à
primeira vista, do hipster de Nova York.
O interessante é que é uma ideia que vai ficando cada vez mais embaçada e
imprecisa conforme vamos nos aprofundando em seu desenvolvimento e o conhecendo
melhor. Ainda que não seja meu personagem favorito, nós vemos que essa
atitude é só uma das faces dele. Dash também é um bom amigo, alguém que sabe
apreciar a própria companhia e, como todos nós, que cria expectativas e tem
medo de vê-las sendo frustradas.
Na outra ponta, contando seu lado,
temos Lily, uma menina que adora tudo que significa Natal, a ponto de criar um
grupo de canções natalinas. No entanto, a garota é extremamente reclusa e
tímida, mesmo morando na cidade grande que é Nova York. Fechada, sem muitos
amigos próximos, Lily se vê completamente entediada quando seus pais viajam
sozinhos para passar os últimos dias do ano do outro lado do planeta. Para
ajudar, seu irmão está muito ocupado com o novo namorado, e é aí que surge a
ideia de criar um caderno de desafios, largar em um lugar especial – a livraria
Strand (que, para pessoas perdidas como eu, realmente existe!!!) – e esperar alguém aceitar a proposta. Lily é parecido com um botão de
flor, no começo do livro, que se descobre (e assim, desabrocha) com o passar
das páginas. É notável que alguns comportamentos dela chegam a ser infantis,
mesmo com 16 anos, provavelmente porque é alguém que não se abre muito. E essa
série de desafios é fundamental para que ela se enxergue e enxergue a própria
vida com outros olhos – mais curiosos, mais aventureiros, mais arriscados.
É inegável que o relacionamento que
vai sendo construído entre os dois é interessante. Quando eles finalmente se
encontram, fiquei animada, e as situações e que se metem são hilárias de tão
improváveis. Os coadjuvantes, como os diversos parentes de Lily e os amigos de Dash
(sua verdadeira família, na verdade) dão o toque extra.
Mesmo assim, eu não sei... Achei
que, em alguns momentos, os personagens não me agradaram tanto. A história
deles é fofinha, e até que bem criativa para a proposta inicial, mas por mais
que eu tenha me interessado, achei algumas passagens e eventos desnecessários.
Talvez eu que esteja meio “velha” para esses cenários, mas enfim. É uma
elaboração de uma ideia muito boa, e me deu vontade de ler mais livros com essa
dinâmica de desafios.
Fica a dica para uma leitura gostosa
e boa de ler nas férias. Foi a primeira vez que li qualquer coisa dos autores,
e é um sinal verde para mais livros de ambos.
P.S.: eu estava xeretando pela internet e descobri que em 2016 foi lançada uma sequência lá nos Estados Unidos! Chama The twelve days of Dash & Lily, e pelo que sei, ainda não saiu aqui no Brasil. Infelizmente...
4 desafios natalinos
Editora: Galera
Ano: 2016
Páginas: 256
Nome original: Dash & Lily's Book of Dares
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